Jornal Correio Braziliense

Mundo

Juízes concluem investigação sobre acidente do voo da Air France Rio-Paris

O acidente resultou em 228 mortes em junho de 2009



O fim das investigações abre um período durante o qual as partes podem fazer observações ou pedir esclarecimentos. Caberá ao tribunal de Paris receber e analisar esses pedidos, antes que os juízes de instrução tomem uma decisão.

O Airbus A330 da Air France, que transportava 228 passageiros e tripulantes, caiu em 1; de junho de 2009 no Oceano Atlântico quando fazia o trajeto Rio de Janeiro-Paris.

Parentes das vítimas tranquilizados

O anúncio do fim das investigações deu alívio a muitos parentes de vítimas presentes no tribunal. Eles esperavam denunciar nesta quarta as conclusões de uma contra-análise, recentemente adicionada ao dossiê do caso, que isentava a fabricante Airbus de qualquer responsabilidade pelo acidente.

O relatório, datado de 30 de abril, atribui toda a culpa pela tragédia à tripulação, antes de citar a Air France, que não teria dado orientações claras em caso de problema nos sensores de velocidade Pitot, ponto de partida do acidente. "Consideramos essa contra-análise um insulto à verdade e à justiça, já que transparece a parcialidade dos autores", denunciou a associação "Entraide et solidarité AF447", em um comunicado.

Uma primeira avaliação, apresentada em julho de 2012 às famílias das vítimas, apontava que a queda do avião tinha sido causada por erro humano, falhas técnicas, mas também por procedimentos inadequados. A causa principal teria sido a perda de dados devido ao congelamento das sondas Pitot.

Para Alain Jakubowicz, o segundo relatório "é um não-evento, um insulto e merece ser desprezado."

A companhia aérea Air France, que corre o risco de ir para banco dos réus em caso de processos judiciais, também contestou a contra-análise e pediu a sua anulação à Corte de Apelações de Paris. A empresa considera, principalmente, que foi impedida de participar das investigações, realizadas "de maneira unilateral e não contraditória, violando o princípio do processo justo".