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Países da África Ocidental realizam cúpula de combate a epidemia de Ebola

Apesar dos esforços da OMS e de outras agências especializadas, houve uma "alta importante" das taxas de novos casos e de mortes nas últimas semanas


A OMS, que enviou 150 especialistas a campo desde a primeira aparição do vírus na Guiné, em janeiro passado, compartilha desse prognóstico.

Apesar dos esforços da OMS e de outras agências especializadas, houve uma "alta importante" das taxas de novos casos e de mortes nas últimas semanas, segundo o comunicado.

"A OMS está muito preocupada com a transmissão da epidemia para países vizinhos, e com o potencial de propagação internacional posterior do vírus Ebola", declarou há alguns dias Luis Sambo, diretor regional da agência da ONU para a África.

Basta um único caso


A "segunda onda" da epidemia, marcada por um salto no número de mortos nas últimas semanas, deve-se a um "relaxamento" de mobilização nos três países da África Ocidental afetados pelo vírus, quando a crise parecia ter se estabilizado em abril, explicou o especialista da OMS, Pierre Formenty, à AFP na semana passada.

"Um único caso basta para reiniciar toda uma epidemia", afirmou, justificando as drásticas medidas necessárias para conter a doença.

[SAIBAMAIS]Participam da reunião os ministros da Saúde e autoridades dos governos de Guiné, Libéria, Serra Leoa, Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Gâmbia, Gana, Guiné-Bissau, Mali, Senegal e Uganda. Também estão presentes os diferentes parceiros da OMS envolvidos na busca de uma resposta para a explosão do Ebola, incluindo representantes da indústria da mineração, da MSF, do Instituto Pasteur, da União Europeia e dos Estados Unidos.

A Guiné é o país mais afetado, com 413 casos de febre hemorrágica (sendo 303 mortais), de acordo com a OMS. A Libéria registrou 107 casos de febre hemorrágica, incluindo 65 mortais. Serra Leoa teve 239 casos, com 99 mortes.

O vírus do Ebola, que causa em poucos dias "febres hemorrágicas", seguidas de vômitos e diarreia, recebeu esse nome em função de um rio no norte da República Democrática do Congo (antigo Zaire), onde foi descoberto pela primeira vez em 1976.

Sem vacina homologada, sua taxa de mortalidade oscila entre 25% e 90% no homem, dependendo das cepas do vírus.

A doença é transmitida por contato direto com o sangue, com os fluidos biológicos ou com os tecidos das pessoas ou animais infectados.