Agência France-Presse
postado em 03/07/2014 20:29
Washington - Uma polêmica experiência do Facebook sobre as emoções dos usuários motivou, nesta quinta-feira, a denúncia formal de um grupo de defensores da privacidade diante do regulador americano do setor.Na ação apresentada perante a Comissão Federal de Comércio americana, o Centro de Privacidade e Informação Eletrônica argumenta que a rede social violou suas próprias normas de conduta perante os usuários. "A empresa manipulou deliberadamente as emoções das pessoas", destacou a denúncia.
[SAIBAMAIS]De 11 a 18 de janeiro de 2012, o Facebook manipulou as informações de 700.000 usuários anglófonos para um estudo científico sobre o "contágio emocional" dos grupos. Cientistas das universidades de Cornell e da Califórnia averiguaram se o número de mensagens positivas ou negativas lidas pelos membros do Facebook tinha influência sobre o que publicavam.
O resultado da pesquisa, publicado em 17 de junho na revista da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos (PNAS), mostrou que os usuários usam mais palavras negativas ou positivas, de acordo com o alcance dos conteúdos a que são expostos.
Para os defensores da privacidade americanos, a experiência "não seguiu os protocolos éticos científicos aplicados aos seres humanos". Os demandantes pedem uma investigação para determinar se o Facebook agiu de forma similar em outras oportunidades.
As autoridades britânicas anunciaram na quarta-feira que interrogarão altos funcionários do Facebook. O gabinete do comissariado de informação, o organismo britânico independente de supervisão, disse que estava investigando o caso.
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"Estamos a par deste assunto e falaremos com o Facebook, além de coordenarmos com a autoridade de proteção de dados irlandesa, para saber mais sobre suas circunstâncias", disse um porta-voz à AFP.
A sede europeia do Facebook fica em Dublin. O Facebook informou estar disposta a responder e colaborar. "Está claro que o estudo incomodou as pessoas e assumimos a responsabilidade", disse um porta-voz do Facebook em mensagem enviada à AFP.