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Ucrânia diz ter expulsado pró-russos de reduto no leste do país

A notícia pode colocar em risco os esforços diplomáticos para acabar com a crise

Agência France-Presse
postado em 05/07/2014 08:44
A notícia pode colocar em risco os esforços diplomáticos para acabar com a crise

Kiev
- Os combatentes rebeldes pró-russos e seu líder abandonaram neste sábado a cidade de Slaviansk, um de seus redutos no leste da Ucrânia, e o exército estava prestes a retomar o controle do local, anunciaram as autoridades ucranianas. Este é, de longe, o maior êxito militar desde o início da chamada operação antiterrorista contra os insurgentes pró-russos, que recomeçou após o final do cessar-fogo na última segunda-feira.



[SAIBAMAIS]Esta notícia pode colocar em risco os esforços diplomáticos para acabar com a crise. Neste sábado um grupo de contato que inclui representantes de Ucrânia, Rússia, a OSCE e os rebeldes deve se reunir, mas o local ainda não havia sido decidido durante a manhã . Grande parte dos combatentes pró-russos e seu principal chefe fugiram de Slaviansk, um de seus redutos no leste da Ucrânia, anunciou na manhã deste sábado o ministro do Interior ucraniano, Arsen Avakov, em sua página do Facebook. "Antes do amanhecer, os serviços de informação disseram que Guirkin (Igor Strelkov) e grande parte dos combatentes fugiram de Slaviansk, semeando a confusão entre os poucos que permanecem", escreveu Avakov.

A Ucrânia garante que Strelkov é um coronel do serviço de informação militar russo conhecido como Departamento Central de Inteligência (GRU), embora tanto o próprio Strelkov quanto Moscou neguem este vínculo. Os países ocidentais, por sua vez, consideram que o Kremlin está financiando e armando em segredo os insurgentes para desestabilizar os novos líderes pró-europeus de Kiev e que controla as regiões de língua russa do leste da Ucrânia.

Avakov declarou que os rebeldes estavam fugindo em direção a Gorlivka, uma cidade de 260.000 habitantes situada 5 km a sudeste de Slaviansk, também sob controle da insurgência pró-russa. "Os civis se dirigem aos postos de controle com as armas e os coletes à prova de balas abandonados pelos combatentes", acrescentou.

Slaviansk, praticamente vazia

Do lado dos rebeldes, o "vice-primeiro-ministro" da autoproclamada república popular de Donetsk, Andrei Pruguin, declarou à AFP que não podia confirmar ou desmentir o abandono de Slaviansk. "É plausível. A cidade está praticamente vazia e os bombardeios prosseguem", acrescentou. O novo chefe do Estado-Maior ucraniano, o general Viktor Mujenko, indicou que o exército esteve atacando os rebeldes enquanto tentavam fugir da cidade durante a noite e destruíram um tanque e quatro veículos blindados, informou o serviço de imprensa da presidência.

"Vários grupos dos serviços de informação do exército e da Guarda Nacional estão trabalhando atualmente em Slaviansk", acrescentou. "Entre as 8 e as 9 da manhã, vi insurgentes saírem de Slaviansk através de Kramatorsk (uma cidade a 15 km). Diziam: ;a cidade caiu, todos estão indo embora;", escreveu no Twitter Tania Lokchina, uma observadora russa da ONG Human Rights Watch que se encontra na região.

Segundo a rede de televisão russa Rossiya 24, os insurgentes transferiram seu quartel-general de Slaviansk a Kramatorsk. Na sexta-feira (04/7), Igor Strelkov, líder militar da autoproclamada república popular de Donetsk, pediu ajuda a Moscou dizendo que, se uma trégua não fosse alcançada logo, a cidade cairia em pouco tempo.

Prefeito confirma fuga de separatistas

O prefeito de Slaviansk, Vladimir Pavlenko, nomeado pelos rebeldes, confirmou neste sábado à AFP que os insurgentes pró-russos saíram da cidade, mas afirmou que as forças ucranianas ainda não entraram nela.

"Os combatentes (separatistas pró-russos) se foram. O exército ucraniano ainda não está em Slaviansk. Não há autoridades na cidade", declarou Pavlenko por telefone.

As autoridades ucranianas anunciaram pela manhã que os separatistas haviam saído desta cidade, convertida em um símbolo da rebelião pró-russa no leste da Ucrânia e palco de violentos combates há dois meses.

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