Agência France-Presse
postado em 06/07/2014 13:09
Berlim - Integrantes do governo alemão pediram neste domingo aos Estados Unidos que respondam rapidamente sobre um suposto agente-duplo, que trabalharia para Washington. "Agora espero que cada um ajude rapidamente a esclarecer as denúncias, assim como espero rápidas e claras declarações, inclusive dos Estados Unidos", afirmou o ministro do Interior alemão, Thomas de Maiziere, ao jornal Bild, em declaração que será publicada na segunda-feira.Por sua parte, o ministro de Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, indicou que Berlim pediu ao governo americano que "ajude a esclarecer as coisas o mais rápido possível". Um alto funcionário dos serviços secretos alemães (BND) confirmou à imprensa que um de seus agentes, detido na quarta-feira, espionava para os Estados Unidos.
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[SAIBAMAIS]"Todos os indícios mostram que (o agente) trabalhou para os americanos", afirmou a fonte ao jornal alemão Frankfurter Allgemeine am Sonntag (FAS). O procurador-geral federal anunciou na quinta-feira a prisão de um alemão de 31 anos, suspeito de espionagem para um agência estrangeira. Não especificou, no entanto, de qual país era o serviço de inteligência.
O agente duplo trabalhava para os americanos desde o final de 2012, e teria roubado mais de 200 documentos, de acordo com o jornal de Frankfurt. O homem estava encarregado de compilar documentos sobre o comitê parlamentar criado para investigar as escutas ilegais realizadas pela Agência de Segurança Nacional (NSA), segundo a mesma fonte.
Ao ser interrogado sobre o caso durante uma coletiva de imprensa na sexta-feira, o porta-voz do governo, Steffen Seibert, declarou que a chanceler Angela Merkel havia sido informada do fato na quinta. "O governo alemão vai esperar os resultados da investigação. Não há dúvidas de que se trata de uma questão grave", assegurou.
As relações entre Washington e Berlim foram abaladas pelas revelações do ex-consultor de inteligência da NSA Edward Snowden sobre a rede de espionagem americana, que incluía até mesmo líderes estrangeiros, entre eles Merkel.