Agência France-Presse
postado em 06/07/2014 17:02
Jerusalém - Um tribunal de Jerusalém condenou a nove dias de prisão domiciliar um adolescente palestino de nacionalidade americana, que aparece em um vídeo sendo espancado por policiais israelenses, e que é primo de outro jovem sequestrado e queimado vivo nesta semana. "O jovem que aparece no vídeo foi condenado a prisão domiciliar por um período de nove dias, em Beit Hanina, o tempo em que vai durar a investigação" sobre as agressões, explicou à AFP Luba Samri, porta-voz da polícia israelense. Tariq é acusado de jogar pedras em policiais.
O americano Tariq Abu Jdeir, de 15 anos, é primo de Mohammed Abu Khder, de 16 anos, que foi sequestrado e queimado vivo na madrugada de sexta-feira em Jerusalém. Foi detido na quinta-feira em Shuafat, bairro de Jerusalém Oriental, ocupado e anexado por Israel. Palestinos acreditam que extremistas judeus mataram Khder para vingar o sequestro e morte, no mês passado, na Cisjordânia, de três adolescentes israelenses.
[SAIBAMAIS]Em entrevista à AFP, o jovem negou ter jogado pedras nos policiais israelenses, durante confronto na quinta em Shuafat, em protesto ao assassinato. "Eu estava observando a manifestação, ouvi gritos e vi as pessoas corrente em frente a alguns policiais. Também comecei a correr, mas caí e me agarraram, e passaram a me bater", contou Tariq, com o rosto ainda inchado. "Dois policiais me atacaram, e, enquanto me batiam, desmaiei. Depois fui ao hospital, e dali para a prisão", relatou. "Eu não atirei pedras. Só estava olhando", insistiu Jdeir.
Um vídeo postado nas redes sociais (www.youtube.com/watch?v=HDENWwEDGr4) mostra o que parece ser a polícia de fronteira israelense agredindo e chutando uma pessoa algemada e aparentemente semi-consciente - que pode ser Tariq - antes de levá-lo. Os pais, que visitaram o filho em um hospital israelense, disseram que lhes contaram que Tariq tinha sido detido por estar encapuzado.
Os Estados Unidos condenaram o "uso excessivo de força" contra seu cidadão", e pediram uma "investigação rápida, transparente e confiável". O ministério da Justiça israelense abriu uma investigação interna sobre o incidente, classificado de "grave". A ministra Tzipi Livni afirmou que "não reflete a politica do país para estabelecer a ordem".