Agência France-Presse
postado em 08/07/2014 16:31
Paris - Refinado e barroco: os dois estilos contraditórios se unem na coleção Chanel de Alta-costura, moderna a ponto de ser muito fácil de usar. Após anos de looks e cenários extravagantes, Karl Lagerfeld escolheu um lugar sóbrio para receber seus convidados. Nada de teatro em ruínas ou gôndolas de supermercado como nos desfiles anteriores. Apenas uma sala de linhas minimalistas, em homenagem a Le Corbusier, segundo o estilista.
No início dos anos 30, o arquiteto projetou para o milionário de origem mexicana Carlos de Beistegui um apartamento sobre os Champs-Élysées todo feito em cimento com linhas apuradas, mas também alguns elementos decorativos barrocos, incluindo uma lareira e um espelho no terraço, lembra Lagerfeld.
"Le Corbusier em Versalhes" é o tema da coleção. Parece que o palácio do Rei Sol e seus sucessores inspiraram muitos estilistas nesta temporada. Para a Dior, que apresentou sua coleção na segunda-feira, Raf Simons imaginou uma Maria Antonieta moderna e atualizou os vestidos de corte do século 18.
Na Chanel - incluindo o vestido de noiva que encerrou o desfile, apresentado por uma modelo grávida - o protagonista foi o neoprene, material emborrachado e elástico utilizado nas roupas de mergulho e no surf que invadiu a moda. Neste caso, nada de crinolina para manter a forma, e sim moldes. "É feito uma fôrma, modelamos em cima dela e dali se tira o molde", explica Karl Lagerfeld. "Mas isso é a verdadeira Alta-costura, vestido por vestido, não se pode fazer em prêt-à-porter", diz o estilista.
- "Quero comprar dois vestidos" -
Os bordados - alguns deles incluindo materiais inusitados como o cimento - são onipresentes. Os funcionários dos ateliês passam horas e horas trabalhando neles, mas isso não impede as modelos de usá-los despreocupadamente com rasteiras e um chapéu de cabeça para baixo nesta coleção outono-inverno.
Em janeiro Lagerfeld introduziu as sapatilhas e tênis esportivos no mundo da Alta-costura. Não há dúvidas que sua intenção é rejuvenescer essa verdadeira tradição francesa. Durante o dia, as clientes podem usar terninhos refinados. As saias são usadas como bermudas. Para a noite são muitas as opções, entre elas vestidos amplos. Outros looks incluíam tops vermelhos e até um vestido refinado em branco com bordados barrocos prateados e dourados.
A coleção parece ter animado as clientes asiáticas da Chanel, sempre em grande número nos desfiles da marca. São modelos "que caem muito bem nas asiáticas", destaca a taiwanesa Wen Hsin Tsai Hong. "Gostei muito do lado jovem da coleção, e gostaria de comprar dois vestidos", disse em entrevista à AFP Yi Mig Shi, jovem de 32 anos de Xangai.
"A cada temporada aparecem novas clientes" para a Alta-costura, explicou à AFP no final do desfile Bruno Pavlovsky, presidente das atividades de moda da Chanel. São mulheres em busca de exclusividade. "Há cada vez mais clientes jovens, de 20 ou 30 anos". "Não se vestem diariamente com Alta-costura", mas compram esse tipo de roupa "para acontecimentos importantes ou para se presentear". A coleção de janeiro, marcada por "uma certa modernidade, funcionou muito bem. É uma das mais belas do mundo."
No início dos anos 30, o arquiteto projetou para o milionário de origem mexicana Carlos de Beistegui um apartamento sobre os Champs-Élysées todo feito em cimento com linhas apuradas, mas também alguns elementos decorativos barrocos, incluindo uma lareira e um espelho no terraço, lembra Lagerfeld.
"Le Corbusier em Versalhes" é o tema da coleção. Parece que o palácio do Rei Sol e seus sucessores inspiraram muitos estilistas nesta temporada. Para a Dior, que apresentou sua coleção na segunda-feira, Raf Simons imaginou uma Maria Antonieta moderna e atualizou os vestidos de corte do século 18.
Na Chanel - incluindo o vestido de noiva que encerrou o desfile, apresentado por uma modelo grávida - o protagonista foi o neoprene, material emborrachado e elástico utilizado nas roupas de mergulho e no surf que invadiu a moda. Neste caso, nada de crinolina para manter a forma, e sim moldes. "É feito uma fôrma, modelamos em cima dela e dali se tira o molde", explica Karl Lagerfeld. "Mas isso é a verdadeira Alta-costura, vestido por vestido, não se pode fazer em prêt-à-porter", diz o estilista.
- "Quero comprar dois vestidos" -
Os bordados - alguns deles incluindo materiais inusitados como o cimento - são onipresentes. Os funcionários dos ateliês passam horas e horas trabalhando neles, mas isso não impede as modelos de usá-los despreocupadamente com rasteiras e um chapéu de cabeça para baixo nesta coleção outono-inverno.
Em janeiro Lagerfeld introduziu as sapatilhas e tênis esportivos no mundo da Alta-costura. Não há dúvidas que sua intenção é rejuvenescer essa verdadeira tradição francesa. Durante o dia, as clientes podem usar terninhos refinados. As saias são usadas como bermudas. Para a noite são muitas as opções, entre elas vestidos amplos. Outros looks incluíam tops vermelhos e até um vestido refinado em branco com bordados barrocos prateados e dourados.
A coleção parece ter animado as clientes asiáticas da Chanel, sempre em grande número nos desfiles da marca. São modelos "que caem muito bem nas asiáticas", destaca a taiwanesa Wen Hsin Tsai Hong. "Gostei muito do lado jovem da coleção, e gostaria de comprar dois vestidos", disse em entrevista à AFP Yi Mig Shi, jovem de 32 anos de Xangai.
"A cada temporada aparecem novas clientes" para a Alta-costura, explicou à AFP no final do desfile Bruno Pavlovsky, presidente das atividades de moda da Chanel. São mulheres em busca de exclusividade. "Há cada vez mais clientes jovens, de 20 ou 30 anos". "Não se vestem diariamente com Alta-costura", mas compram esse tipo de roupa "para acontecimentos importantes ou para se presentear". A coleção de janeiro, marcada por "uma certa modernidade, funcionou muito bem. É uma das mais belas do mundo."