Rodrigo Craveiro
postado em 11/07/2014 06:00
As ruas da Cidade de Gaza estão desertas. Os drones (aviões não tripulados) sobrevoam o enclave palestino de modo intensivo, os caças F-16 surgem do nada e lançam mísseis e bombas. O som das explosões é sucedido pelo das sirenes de ambulâncias. Enquanto isso, israelenses de Tel Aviv e de Jerusalém, além de cidades mais ao sul, precisam controlar o pânico a cada vez que escutam as sirenes antiaéreas ; sinal de que foguetes lançados de Gaza estão prestes a impactar o solo. Os cidadãos têm 15 segundos para se proteger, antes da explosão. Ao menos 350 projéteis foram disparados contra Israel. O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, avisou que a Operação Cerca de Proteção deve se expandir para outras fases e descartou que um cessar-fogo esteja sobre a mesa. Fontes israelenses admitiram que a segunda etapa da campanha incluiria a incursão de tropas em Gaza para desarticular a infra-estrutura militar do grupo fundamentalista islâmico Hamas. Até o fechamento desta edição, os bombardeios de Israel tinham deixado 90 mortos, incluindo 22 crianças, e 630 feridos. Do lado israelense, 22 civis se feriram com estilhaços dos foguetes palestinos e 101 foram atendidos em estado de choque.
;A campanha segue como planejamos, mas esperamos outros estágios. Se civis inocentes estão sendo feridos, é porque o Hamas deliberadamente se esconde atrás de cidadãos palestinos;, afirmou Netanyahu, de acordo com o jornal Haaretz. O primeiro-ministro revelou que os bombardeios vão prosseguir ;até que os disparos sobre nossas comunidades sejam encerrados e a tranquilidade retorne;. Apesar do apelo das potências por uma trégua, Israel teme que a medida conceda tempo para o Hamas se rearmar.
Pela manhã, o Conselho de Segurança da ONU se reuniu para debater a crise no Oriente Médio. Ao fim do encontro, que terminou sem surpresas, o secretário-geral Ban Ki-moon pediu um cessar-fogo imediato. ;É mais urgente do que nunca tentarmos chegar a um entendimento para um retorno à calma e um acordo de cessar-fogo.;
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, telefonou para Netanyahu e ;expressou seu temor diante do risco de uma escalada;, de acordo com um comunicado da Casa Branca. ;Os EUA se mantêm dispostos a mediar negociações pelo fim das hostilidades, incluindo um retorno ao acordo de cessar-fogo de novembro de 2012;, indicou a nota. Obama ordenou ao secretário de Estado, John Kerry, que conversasse ontem com Netanyahu e com o líder palestino, Mahmud Abbas.
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