Agência France-Presse
postado em 11/07/2014 09:28
O presidente russo, Vladimir Putin, de visita oficial nesta sexta-feira (11/7) em Cuba, promulgou antes de viajar o acordo que anula 90% da dívida da ilha com a extinta União Soviética, anunciou o Kremlin.
O acordo, concluído por Moscou e Havana em 2013 e aprovado na semana passada pela câmara baixa do Parlamento russo, foi assinado na quinta-feira pelo chefe de Estado russo, ficando definitivamente ratificado e entrando em vigor, informou o Kremlin em um comunicado.
O acordo prevê o cancelamento de 31,7 bilhões de dólares de dívida cubana, 90% do total que a ilha comunista acumulava com a União Soviética, seu grande sócio econômico e apoio diplomático nos anos da Guerra Fria. O resto da dívida, 3,5 bilhões de dólares, deverá ser reembolsado ao longo dos 10 próximos anos, com pagamentos a cada seis meses.
[SAIBAMAIS]O dinheiro será reinvestido em Cuba, que em junho colocou em vigor uma nova Lei de Investimento Estrangeiro com a esperança de atrair capitais para potencializar sua economia, que não decola, apesar das reformas do governo de Raúl Castro.
Putin se reunirá nesta sexta-feira em Havana com Raúl e Fidel Castro, e falará das relações comerciais. Acredita-se que assinará contratos no âmbito da energia.
Segundo o Kremlin, os grupos petrolíferos russos Rosneft e Zaroubezhneft entrarão naexploração e extração de hidrocarbonetos com a empresa pública cubana Cupet. Também se espera que o grupo russo de energia elétrica Inter RAO participe da modernização de duas centrais térmicas.
Rússia e Cuba querem construir juntos um importante centro de transportes perto de Havana, que inclui um aeroporto em San Antonio de los Baños, 30 km a oeste da capital cubana.
No âmbito da aviação civil, Moscou espera fechar a venda de aeronaves de longo percurso Iliushin 96-300, aviões Antonov 148 e helicópteros Mi-171. Cuba e Rússia estreitam os laços desde 2005 após um distanciamento com a desintegração da União Soviética, em 1991.