Mundo

Netanyahu avisa que não vai se curvar à pressão internacional

Bombardeios mataram 110 palestinos. Foguetes do Hamas atingiram posto de gasolina

Rodrigo Craveiro
postado em 12/07/2014 07:00
Soldado israelense dorme sobre uma caixa de munições, próximo a canhão móvel de artilharia estacionado na fronteira com a Faixa de Gaza

;Nenhuma pressão internacional nos impedirá de atacar os terroristas que nos agridem.; O alerta do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu sugere que Israel está determinado a levar a Operação Cerca Protetora às últimas consequências para minar a infraestrutura do movimento fundamentalista islâmico Hamas. Desde quinta-feira, a Força Aérea Israelense disparou mais de 200 mísseis contra alvos supostamente ligados ao Hamas na Faixa de Gaza, incluindo túneis, escritórios e casas. A morte de crianças e de mulheres motivou a condenação por parte de organizações não governamentais e das Nações Unidas. Encurralado dentro do próprio gabinete, Netanyahu ordenou o reforço do sistema de defesa Domo de Ferro, prometeu desferir ;golpes decisivos; no Hamas e tornou a admitir uma invasão por terra. ;Estamos preparando todas as opções;, comentou.

Até o fechamento desta edição, os bombardeios ao enclave palestino tinham deixado 110 mortos e mais de 600 feridos. O chanceler israelense, Avigdor Liberman, pediu a Netanyahu para ;ir até o fim; e ;erradicar o regime do Hamas em Gaza;. O grupo islâmico controla o território e mantém um governo de unidade com o Fatah, do líder palestino, Mahmud Abbas. Pela primeira vez desde o começo da atual crise, um foguete lançado a partir do Líbano caiu na cidade de Metula, na fronteira norte de Israel. Um porta-voz das Forças de Defesa de Israel acusou o governo libanês.



Horas depois do telefonema do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a Netanyahu, a Casa Branca se ofereceu para utilizar sua ;influência; no Oriente Médio para forçar um cessar-fogo. Segundo o porta-voz Josh Earnest, os EUA têm ;uma série de contatos; que podem ser usados para ;tentar dar um fim aos ataques com foguetes;. ;Estamos interessados em levar adiante os passos que demos há um ano e meio, em novembro de 2012, para proporcionar um cessar-fogo;, declarou. Mas ele destacou o direito de Israel à autodefesa. Abbas reconheceu estar sozinho na luta por uma solução baseada em dois Estados e exortou ao Conselho de Segurança da ONU a ordenar uma trégua imediata. Primeira nação a assinar um tratado de paz com Israel, em 1979, o Egito condenou a ;política de punição coletiva; em Gaza. O premiê da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, denunciou uma política baseada em ;mentiras; por parte dos israelenses. ;Ele (Israel) diz que (o Hamas) dispara foguetes. Mas alguém morreu?;, indagou.

A ofensiva contra Gaza parece não ter afetado o poder de fogo dos militantes palestinos. Durante todo o dia de ontem, as sirenes antiaéreas soaram no centro e no sul de Israel. Em Tel Aviv, quatro foguetes de longo alcance M75 explodiram ao serem interceptados pelo Domo de Ferro. O Hamas afirmou que pretendia atingir o Aeroporto Internacional Ben-Gurion. Em Beersheva, 94km ao sul, duas israelenses ficaram feridas após um foguete impactar uma casa. Jerusalém também voltou a ser alvo.

A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação