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Ataque ofensivo de Israel contra Hamas deixa mais de 120 mortos

Esse novo conflito é o mais violento desde a operação "Pilar de Defesa", que, em novembro de 2012, deixou 177 mortos palestinos e seis israelenses

Agência France-Presse
postado em 12/07/2014 07:35
Esse novo conflito é o mais violento desde a operação

Jerusalém
- O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou na sexta-feira (11/7) que "nenhuma pressão internacional" impedirá seu país de "atacar os terroristas", ao se referir à ofensiva contra o movimento palestino Hamas em Gaza, que já deixou mais de 120 mortos em menos de uma semana. Pouco antes de iniciar o descanso do ;shabbat;, Netanyahu afirmou que Israel resistirá a qualquer interferência internacional por um cessar-fogo. "Nenhuma pressão internacional nos impedirá de atacar os terroristas que nos atacam", declarou Netanyahu durante uma coletiva de imprensa no Ministério da Defesa em Tel Aviv.

Em uma conversa telefônica com Netanyahu, o presidente americano, Barack Obama, expressou o temor de uma escalada da violência e ofereceu a mediação de Washington para tentar restabelecer a calma. Os ataques aéreos israelenses contra a Faixa de Gaza mataram 16 palestinos na manhã de sábado (horário local), segundo os serviços de emergência. No total, a operação israelense ;Protective Edge; (Barreira Protetora) deixou até o momento 121 mortos e mais de 600 feridos, incluindo muitos civis.



Esse novo conflito é o mais violento desde a operação "Pilar de Defesa", que, em novembro de 2012, deixou 177 mortos palestinos e seis israelenses. Desde terça-feira, 8 de junho, cerca de 660 obuses e foguetes foram lançados de Gaza, incluindo 140 artefatos interceptados pelo sistema de defesa antimísseis "Domo de Ferro" ("Iron Dome", no inglês), relatou o Exército israelense na sexta à noite.

[SAIBAMAIS]Esses ataques não deixaram vítimas fatais em Israel, mas pelo menos dez pessoas ficaram feridas. O Hamas, que governa a Faixa de Gaza, assumiu a autoria do lançamento de quatro foguetes de longo alcance M75 contra o aeroporto internacional Ben Gurion, na região de Tel Aviv. O alvo não chegou a ser atingido.

A nova escalada de violência começou após o sequestro e o assassinato de três estudantes israelenses no início de junho na Cisjordânia ocupada, crime pelo qual Israel culpa o Hamas. Alguns dias depois, um jovem palestino foi assassinado queimado vivo em Jerusalém, em uma ação de judeus de extrema-direita.

O confronto ameaça chegar ao norte de Israel, atingido por um foguete lançado a partir do Líbano, mas que não provocou vítimas. O Exército israelense, que respondeu com um ataque contra a localidade libanesa de Kfar Shuba, não acredita em um ataque do movimento xiita libanês Hezbollah, e sim de um pequeno grupo palestino.

;Castigo coletivo;

Em Jerusalém Oriental e nos Territórios palestinos, a situação era tensa durante a oração muçulmana semanal na sexta-feira de Ramadã.Temendo atos de violência, a polícia israelense restringiu mais uma vez o acesso à Esplanada das Mesquitas, na Cidade Velha de Jerusalém: apenas 12 mil muçulmanos puderam orar, muito menos do que nas últimas semanas. Na Galileia, norte de Israel, quatro mil árabes israelenses se manifestaram perto de Nazaré contra "os crimes de guerra israelenses" em Gaza.

A Força Aérea israelense lançou mais de 200 ataques na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas contra alvos ligados ao Hamas, incluindo plataformas de lançamentos de foguetes, túneis, postos de controle, escritórios e casas. Um fotógrafo da AFP viu vários barcos em chamas no porto de Gaza, incluindo o "Gaza Ark", um grande navio pesqueiro, com o qual uma organização internacional pró-palestina se preparava para tentar romper o bloqueio naval israelense.

No terreno, os preparativos para uma possível operação terrestre continuam. "Os terroristas em Gaza cometeram um grave erro ao atacar a população de Israel", repetiu o chefe do Estado-Maior israelense, general Benny Gantz, advertindo que seu Exército irá "ampliar suas atividades segundo suas necessidades e com as forças necessárias".

Cerca de 33 mil reservistas israelenses foram mobilizados para substituir os soldados no norte e no centro, a fim de realocá-los para perto da Faixa de Gaza.

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