Agência France-Presse
postado em 13/07/2014 07:39
Buenos Aires - A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, recebeu de Vladimir Putin apoio para sua reivindicação por um fluxo de capitais durante a visita do líder russo neste sábado, em meio a uma disputa argentina com fundos especulativos por sua dívida em default."Em matéria de relações econômicas financeiras globais, o presidente Putin concorda (com a Argentina) a respeito da necessidade de uma reforma em nível global. Isso implicaria uma reforma dos organismos multilaterais", disse Kirchner em declarações ao lado de Putin na Casa Rosada (sede do governo) após uma reunião de quase duas horas.
O presidente da Rússia ressaltou que seu governo "valoriza altamente" a posição da Argentina, país definido como "um dos principais sócios da Rússia na América Latina", onde busca apoio político para reduzir o isolamento causado pela crise com a Ucrânia.
[SAIBAMAIS]
Putin faz uma visita de seis dias à região que incluiu Cuba e termina no Brasil, onde vai participar da cúpula dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). A Argentina participará como convidada.
Putin pode se reunir com o seu homólogo da Ucrânia, Petro Poroshenko, domingo no Rio de Janeiro, aproveitando a presença de ambos na cidade para a final da Copa do Mundo, afirmou neste sábado em Buenos Aires seu porta-voz.
"A Argentina é, para nós, um sócio muito importante. O país tem sua própria visão em relação aos assuntos internacionais, tem sua própria opinião soberana, que é muito importante e que é algo bastante raro no mundo de hoje. Valorizamos muito esta posição", disse Putin.
A Argentina está mergulhada em uma batalha judicial com fundos especulativos que ganharam uma disputa na justiça dos Estados Unidos para cobrar 1,33 bilhão de dólares por bônus da dívida que haviam adquirido quando o país declarou a moratória de 2001.
Os litigantes se negaram a fazer parte dos acordos de 2005 e 2010, que foram aceitos por 93% dos credores com pagamentos de até 70% e conseguiram uma sentença para cobrar o valor total dos bônus.
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Segundo Kirchner, o presidente russo concordou com "a necessidade de regular globalmente o fluxo de capitais que tornou o mundo um cassino financeiro no qual vários países estão afogados em enormes dívidas".
A presidente afirmou que "esta situação exige a adoção de medidas por parte de todos os organismos multilaterais e também que todos os governantes assumam uma responsabilidade global".