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Com novos bombardeios em Gaza, Liga Árabe pede proteção internacional

Os últimos bombardeios tiveram como alvo bases das Brigadas Ezzedin al-Qasam, o braço militar do Hamas, e edifícios de várias cidades

Agência France-Presse
postado em 14/07/2014 09:40
Jerusalém - Israel seguiu bombardeando nesta segunda-feira (14/7) pelo sétimo dia consecutivo a Faixa de Gaza, apesar dos apelos internacionais por uma trégua, mas sem lançar uma intervenção terrestre destinada a neutralizar o lançamento de foguetes pelo movimento islamita palestino Hamas. Pela primeira vez desde o início da operação em Gaza, um palestino de 20 anos foi morto na Cisjordânia em confrontos com o Exército durante uma manifestação na manhã desta segunda-feira no sul de Hebron.

Mulher palestina chora após ver os restos de casa destruída por ataque aéreo israelense em Rafah, no sul da Faixa de Gaza
Israel prosseguiu com a campanha de repressão na Cisjordânia ocupada, onde prendeu 23 palestinos durante a noite, entre eles onze deputados do Hamas, segundo fontes militares israelenses e de segurança palestinas. Os últimos bombardeios tiveram como alvo bases das Brigadas Ezzedin al-Qasam, o braço militar do Hamas, e edifícios de várias cidades.

Desde o início da operação "Barreira Protetora", 175 palestinos morreram, em sua maioria civis, e mais 1.280 ficaram feridos, segundo fontes médicas palestinas. Nesta segunda-feira, os ataques deixaram cinco mortos. As últimas 48 horas foram menos mortais do que sábado, quando 56 palestinos foram mortos. Em Beit Lahiya (norte da Faixa de Gaza), muitas famílias que abandonaram suas casas no domingo por medo de bombardeios anunciados por Israel retornaram nesta segunda-feira as suas casas, constatou a AFP.

Segundo a Agência da ONU para Ajuda aos Refugiados Palestinos (UNRWA), cerca de 17 mil pessoas buscaram refúgio em escolas sob sua direção. "Tudo indica, o que é dramático, que as mulheres e as crianças representam a grande maioria das vítimas dos bombardeios aéreos. Atualmente, um quarto das mortes são de crianças", lamentou em Gaza o diretor da UNRWA, Pierre Krahenbuhl. Além disso, a acolhida nas escolas tem sido difícil. "Há pouca água e comida, e as crianças não têm nada para fazer. A gente dorme no chão", contou Rehab, uma refugiada de 27 anos.

Hamas lança drone

Segundo a rádio militar israelense, o exército lançou na manhã desta segunda-feira um míssil terra-ar Patriot para neutralizar um drone palestino sobre a cidade costeira de Asdod (30 km ao norte de Gaza), provavelmente com explosivos. Em um tuíte em hebraico, as Brigadas Al-Qasam reivindicaram o envio de vários drones contra "o coração da entidade inimiga sionista", como chamam o Estado hebreu.



Desde o início das hostilidades, foram lançados mil foguetes de Gaza, que feriram dez pessoas. O exército israelense destruiu 200 deles em voo. A atual espiral de violência começou após o sequestro e assassinato de três estudantes israelenses perto de Hebron em junho, que Israel atribui ao Hamas, seguido alguns dias depois pelo assassinato de um jovem palestino que foi queimado vivo em Jerusalém por judeus de extrema direita.

Sem trégua

Os apelos da comunidade internacional em favor de um cessar-fogo continuam a se multiplicar, ainda que sem resultados. A Liga Árabe se somou aos pedidos internacionais para deter a ofensiva israelense e pediu à comunidade internacional que adote medidas para proteger os habitantes de Gaza, um território pobre de 360 km2 e 1,2 milhão de habitantes.

O órgão publicou seu comunicado antes de uma reunião de ministros árabes das Relações Exteriores prevista para as 19h (16h de Brasília), que tem por objetivo "definir uma posição árabe comum" diante da espiral de violência no enclave palestino. No texto que será submetido aos ministros, a Liga Árabe pede "ações rápidas para o fim imediato da agressão israelense em Gaza e para proteger os palestinos".

"Já não é possível ficar em silêncio diante dos ataques aéreos em Gaza (...) A comunidade internacional tem que intervir através de suas instituições legais e humanitárias para proteger o povo palestino", acrescenta o texto. Já o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, reiterou seu pedido por um cessar-fogo, considerando que "muitos civis palestinos foram mortos" e uma ofensiva terrestre só aumentaria o número de vítimas.

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