Mais de 40 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas nesta terça-feira (15/7) em um atentado suicida contra um mercado da província afegã de Paktika (leste), perto da fronteira com o Paquistão.
Um carro-bomba foi detonado perto de uma mesquita e de um mercado do distrito de Urgun, na província de Paktika.
O governo afegão anunciou um balanço de 41 mortos, incluindo seis crianças e o imã da mesquita local, e mais de 60 feridos no atentado suicida, um dos mais violentos dos últimos anos no Afeganistão.
O presidente afegão Hamid Karzai condenou o ataque em um comunicado, noa qual afirma que o ato cometido durante o Ramadã (mês de jejum muçulmano) é "imperdoável".
O ataque demonstra a frágil situação de segurança do Afeganistão ante a saída progressiva das tropas da Otan, deixando o combates aos talibãs para as forças locais. "Não sabemos qual era o alvo, mas a explosão foi muito forte", disse à AFP Mohamad Razaq Kharoty, governador do distrito.
As autoridades locais anunciaram um primeiro balanço de 25 mortos e 50 feridos, mas os números aumentaram com o passar das horas.
Outras fontes ligadas ao governo chegaram a divulgar balanços diferentes e alguns citavam 89 mortos. O porta-voz do ministério do Interior, Sediq Sediqi, afirmou que os explosivos haviam sido colocados em um caminhão que a polícia tentou parar, mas sem sucesso.
O atentado não foi reivindicado, mas os insurgentes talibãs são responsáveis por vários ataques suicidas no país. A província de Paktika, um dos refúgios dos talibãs da rede Haqani, fica na fronteira com as zonas tribais paquistanesas, onde o exército executa uma ofensiva há um mês contra os rebeldes islamitas.
De acordo com várias testemunhas, centenas de combatentes atravessaram a fronteira com o Afeganistão desde o início da ofensiva.
A explosão de uma bomba de fabricação caseira na passagem de um veículo que transportava funcionários da presidência também deixou dois mortos e cinco feridos nesta terça-feira, na periferia da capital Cabul.
"Todas as vítimas trabalhavam na assessoria de comunicação da presidência", declarou à AFP o porta-voz da polícia de Cabul, Hashmat Estanakzai.
Segundo a Missão da ONU no Afeganistão (UNAMA), o número de civis mortos ou feridos em combates ou atentados entre janeiro e junho registrou um aumento de 24% na comparação com o primeiro semestre de 2013.