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ONU: Número de deslocados pela violência ameaça 'diversidade' no Iraque

Cerca de 500.000 pessoas fugiram da violência que assola desde janeiro a província de Al-Anbar


Populações xiitas fugiram em massa dos territórios conquistados pelos insurgentes e agora temem nunca mais poder retornar à sua cidade ou aldeia de origem. Ao mesmo tempo, muitos sunitas que vivem em áreas mistas se agruparam por medo das milícias que apoiam o governo dominado pelos xiitas.

Este processo leva à formação de bairros e cidades etnicamente homogêneos, o que já vinha acontecendo há vários anos, mas que ganhou uma escala maior com o início da ofensiva.

Para Guterres, esta tendência também deve colocar as minorias iraquianas - cristãs, turcomanas, yazidis e chabaks - em uma situação difícil. "A preservação da diversidade é uma ferramenta extremamente importante para a paz, para o futuro e para a reconstrução do país", ressaltou.

De acordo com a ONU, 600 mil pessoas foram deslocadas desde a tomada de Mossul, segunda maior cidade do Iraque, pelos insurgentes. Cerca de 500.000 pessoas já haviam fugido da violência que assola desde janeiro a província de Al-Anbar.

O número de desalojados chega a 2 milhões de pessoas no Iraque, incluindo um milhão que já haviam deixado suas casas durante as fases anteriores de violência.