Agência France-Presse
postado em 17/07/2014 17:30
Brasília - O presidente chinês, Xi Jinping, participou nesta quinta-feira (17/7) de uma reunião de cúpula com países latino-americanos para a criação de um fórum China-América Latina. A ação demonstra o interesse do gigante asiático pela região, onde compete com os Estados Unidos pela liderança em comércio e investimentos.
"A China está disposta a conjugar esforços com o Brasil e outros países da região para nos transformarmos em bons amigos e aliados", disse Xi Jinping em discurso na última quarta-feira no Congresso brasileiro. "A China não se desenvolve isolada do mundo e insiste na estratégia de abertura e benefícios recíprocos", completou.
A cúpula desta quinta-feira reuniu em Brasília o presidente chinês com um "quarteto" que representa a Comunidade de Estados Latino-americanos e do Caribe (Celac): Cuba, Equador, Costa Rica e Antígua e Barbuda, além da presidente Dilma Rousseff. Outros chefes de Estado da região se somaram à iniciativa.
Xi Jinping chegou ao Brasil na segunda-feira para participar da cúpula do BRICS, onde foi aprovada a criação de um banco de desenvolvimento do grupo para financiar obras de infraestrutura. Em uma inusitada extensão de sua visita, na quarta-feira o presidente chinês participou também de uma cúpula entre o grupo BRICS e os países sul-americanos.
Opção frente ao primeiro mundo
O comércio da China com a região, estimado por Pequim em 261,6 bilhões de dólares, tem evoluído bastante e hoje o país é o segundo maior parceiro comercial de vários países, como Argentina e Cuba, e o primeiro do Brasil desde 2009. Seus investimentos também aumentaram significativamente, embora ainda haja muito espaço para crescer, já que no ano passado representaram cerca de 20% dos 90 bilhões de dólares dos investimentos chineses no exterior, disse o chanceler chinês, Wang Yi, durante a visita preparatória realizada em abril.
"A China chegou à América Latina porque os Estados Unidos não têm força para dar conta desse mercado. A China é muito hábil para escolher mercados e entrar", avaliou André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos. "A China é uma opção que conjuga a simpatia política de esquerda de alguns países da região, e busca um protagonismo econômico diferente ao dos Estados Unidos e da Europa", disse à AFP o professor de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo, Rubens Figueiredo. Maior importador de matérias-primas do mundo, a China é um grande comprador de cobre, minério de ferro, petróleo e soja na região.
China e Brasil confirmam forte relação econômica
Antes de se reunir com os presidentes latino-americanos, Dilma Rousseff e Xi Jinping, confirmaram, nesta quinta-feira (17/7), o interesse das duas nações em desenvolver uma forte relação econômica, com a assinatura de acordos, alguns considerados fundamentais para fomentar o investimento em infraestruturas e em outras áreas, como energia.
"O balanço não poderia ser mais positivo, e o futuro mais promissor", declarou Dilma ao fim da reunião bilateral em Brasília, quando descreveu a relação como "uma associação verdadeiramente estratégica que se desenvolve com velocidade inédita". Brasil e China assinaram 32 acordos, alguns de grande destaque, especialmente para a construção e o financiamento de infraestruturas, setor no qual o Brasil abre milionárias licitações e é bem receptivo à participação chinesa.
"Não só estamos celebrando 40 anos de amizade (quatro décadas de relações diplomáticas entre Brasil e China), como também os próximos 40, 80 e 100 anos de uma aliança sólida que é nossa responsabilidade continuar construindo", disse Xi. "Continuaremos estimulando o crescimento contínuo e estável do comércio bilateral e a cooperação no financiamento nas áreas de petróleo, energia elétrica, minério de ferro, agricultura entre outros", disse.
Os dois presidentes advogaram também por uma cooperação política mais estreita nos foros internacionais. A China é, desde 2009, o principal parceiro comercial do Brasil, substituindo os Estados Unidos, com um comércio bilateral que alcançou mais de 80 bilhões de dólares em 2013. O Brasil é o quarto destino dos investimentos chineses, que acumulam 78 bilhões de dólares entre 2007 e 2013, segundo a Câmara Brasil-China. Nesta quinta-feira a Embraer vendeu 60 aviões ao país, por 3,2 bilhões de dólares.
"A China está disposta a conjugar esforços com o Brasil e outros países da região para nos transformarmos em bons amigos e aliados", disse Xi Jinping em discurso na última quarta-feira no Congresso brasileiro. "A China não se desenvolve isolada do mundo e insiste na estratégia de abertura e benefícios recíprocos", completou.
A cúpula desta quinta-feira reuniu em Brasília o presidente chinês com um "quarteto" que representa a Comunidade de Estados Latino-americanos e do Caribe (Celac): Cuba, Equador, Costa Rica e Antígua e Barbuda, além da presidente Dilma Rousseff. Outros chefes de Estado da região se somaram à iniciativa.
Xi Jinping chegou ao Brasil na segunda-feira para participar da cúpula do BRICS, onde foi aprovada a criação de um banco de desenvolvimento do grupo para financiar obras de infraestrutura. Em uma inusitada extensão de sua visita, na quarta-feira o presidente chinês participou também de uma cúpula entre o grupo BRICS e os países sul-americanos.
Opção frente ao primeiro mundo
O comércio da China com a região, estimado por Pequim em 261,6 bilhões de dólares, tem evoluído bastante e hoje o país é o segundo maior parceiro comercial de vários países, como Argentina e Cuba, e o primeiro do Brasil desde 2009. Seus investimentos também aumentaram significativamente, embora ainda haja muito espaço para crescer, já que no ano passado representaram cerca de 20% dos 90 bilhões de dólares dos investimentos chineses no exterior, disse o chanceler chinês, Wang Yi, durante a visita preparatória realizada em abril.
"A China chegou à América Latina porque os Estados Unidos não têm força para dar conta desse mercado. A China é muito hábil para escolher mercados e entrar", avaliou André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos. "A China é uma opção que conjuga a simpatia política de esquerda de alguns países da região, e busca um protagonismo econômico diferente ao dos Estados Unidos e da Europa", disse à AFP o professor de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo, Rubens Figueiredo. Maior importador de matérias-primas do mundo, a China é um grande comprador de cobre, minério de ferro, petróleo e soja na região.
China e Brasil confirmam forte relação econômica
Antes de se reunir com os presidentes latino-americanos, Dilma Rousseff e Xi Jinping, confirmaram, nesta quinta-feira (17/7), o interesse das duas nações em desenvolver uma forte relação econômica, com a assinatura de acordos, alguns considerados fundamentais para fomentar o investimento em infraestruturas e em outras áreas, como energia.
"O balanço não poderia ser mais positivo, e o futuro mais promissor", declarou Dilma ao fim da reunião bilateral em Brasília, quando descreveu a relação como "uma associação verdadeiramente estratégica que se desenvolve com velocidade inédita". Brasil e China assinaram 32 acordos, alguns de grande destaque, especialmente para a construção e o financiamento de infraestruturas, setor no qual o Brasil abre milionárias licitações e é bem receptivo à participação chinesa.
"Não só estamos celebrando 40 anos de amizade (quatro décadas de relações diplomáticas entre Brasil e China), como também os próximos 40, 80 e 100 anos de uma aliança sólida que é nossa responsabilidade continuar construindo", disse Xi. "Continuaremos estimulando o crescimento contínuo e estável do comércio bilateral e a cooperação no financiamento nas áreas de petróleo, energia elétrica, minério de ferro, agricultura entre outros", disse.
Os dois presidentes advogaram também por uma cooperação política mais estreita nos foros internacionais. A China é, desde 2009, o principal parceiro comercial do Brasil, substituindo os Estados Unidos, com um comércio bilateral que alcançou mais de 80 bilhões de dólares em 2013. O Brasil é o quarto destino dos investimentos chineses, que acumulam 78 bilhões de dólares entre 2007 e 2013, segundo a Câmara Brasil-China. Nesta quinta-feira a Embraer vendeu 60 aviões ao país, por 3,2 bilhões de dólares.