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Conselho de Segurança da ONU pede "o fim imediato das hostilidades" em Gaza

Pelo menos 15 palestinos, nove deles de uma mesma família, perderam a vida em um ataque aéreo israelense contra sua casa em Rafah (sul da Faixa)

postado em 21/07/2014 08:57
Benjamin Netanyah declarou em um comunicado que a operação se desenrolava conforme o planejado
Israel e o Hamas protagonizaram novos confrontos fatais nesta segunda-feira (21/7), após um domingo sangrento na Faixa de Gaza e apesar dos apelos da comunidade internacional por uma trégua.

O Conselho de Segurança da ONU pediu no domingo "o fim imediato das hostilidades", que já deixaram 509 palestinos mortos, a maioria civis. Vinte israelenses faleceram - 18 deles soldados - desde o início do conflito, no dia 8 de julho.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou em um comunicado que a operação se desenrolava conforme o planejado e inclusive superava as expectativas em relação à destruição de túneis subterrâneos do Hamas - que controla a Faixa - em direção a Israel.

Na manhã desta segunda-feira, 15 palestinos, nove deles de uma mesma família, perderam a vida em um ataque aéreo israelense contra sua casa em Rafah (sul da Faixa). Em Khan Yunes, também no sul, foram encontrados os cadáveres de 28 pessoas sob os escombros.

[SAIBAMAIS]No domingo (20/7), mais de 140 palestinos faleceram, a metade deles em Shejaiya, um bairro periférico do leste da cidade de Gaza (norte) que nesta segunda-feira continuava sendo atacado duramente pelo exército israelense.

As 67 instalações da ONU começavam a ser insuficientes para os 87.000 deslocados, e mulheres e crianças não encontravam lugar para se sentar nem mesmo nos corredores.

Ao sul de Israel, o exército matou mais de dez combatentes palestinos que conseguiram se infiltrar por dois túneis subterrâneos.

As localidades israelenses localizadas perto da Faixa de Gaza foram colocadas em estado de alerta e seus habitantes foram advertidos a não sair de suas casas.

Um total de 27 foguetes caíram sobre Israel sem deixar vítimas. Mais de 1.500 projéteis foram disparados a partir da Faixa de Gaza desde o início das hostilidades.

Na frente diplomática, o Conselho de Segurança da ONU pediu o retorno "ao acordo de cessar-fogo de novembro de 2012" entre Israel e o Hamas e convocou "o respeito às leis humanitárias internacionais, especialmente sobre a proteção de civis".

O presidente americano, Barack Obama, disse que enviará seu secretário de Estado, John Kerry, ao Cairo nesta segunda-feira e declarou buscar um cessar-fogo.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, atualmente no Oriente Médio, denunciou a ação atroz do exército israelense em Shejaiya. Ban visitará nos próximos dias Kuwait, Cairo, Jerusalém, Ramallah (Cisjordânia) e Amã.

Crime contra a humanidade


O presidente palestino, Mahmud Abas, que se reuniu no domingo em Doha com Ban Ki-moon, classificou em uma mensagem televisionada o bombardeio de Shejaiya de "crime contra a humanidade", cujos autores devem ser julgados e punidos.

Os sindicatos e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) de Abbas convocaram uma greve geral na Cisjordânia, onde durante a tarde estão previstas manifestações contra a ofensiva.

O exército israelense justificou sua ação sangrenta de domingo ao afirmar que o Hamas havia colocado civis na linha de mira ao instalar seus sítios militares.



Para Israel, o dia de domingo também foi sombrio: treze soldados da brigada de elite Golani morreram em combate, elevando a 18 o número de militares mortos, uma quantidade sem precedentes desde a guerra do Líbano de 2006. Também há 90 militares feridos, segundo a rádio israelense. Dois civis israelenses faleceram desde o início da operação "Barreira Protetora".

O braço armado do Hamas afirmou no domingo ter sequestrado um soldado israelense, mas a informação foi desmentida pelo embaixador israelense da ONU, Ron Prosor.

Israel mobilizou 53,2 mil homens dos 65 mil reservistas autorizados pelo governo para a ofensiva neste pequeno território de 362 km2, onde vivem na miséria 1,8 milhão de habitantes.

A nova espiral de violência foi desencadeada após o sequestro e o assassinato de três estudantes israelenses em junho, atribuídos por Israel ao Hamas, seguidos pelo assassinato de um jovem palestino, queimado vivo em Jerusalém.

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