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Conflito na Faixa de Gaza põe a diplomacia dos Estados Unidos em xeque

O chefe da diplomacia americana passou a semana passada se deslocando entre focos de crise

Silvio Queiroz
postado em 22/07/2014 08:41
Secretário de Estado dos EUA John Kerry fala com o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, no Cairo, nesta terça-feira (22/7)

O agravamento súbito do conflito na Faixa de Gaza, com mais de 570 palestinos mortos (na imensa maioria civis) e ao menos 25 baixas nas tropas israelenses (além de dois civis), acrescentou mais um item à agenda sobrecarregada agenda do secretário de Estado John Kerry, que desembarcou ontem no Cairo para um esforço de urgência na busca de um cessar-fogo. O chefe da diplomacia americana passou a semana passada se deslocando entre focos de crise: primeiro, voou de improviso de Pequim para Cabul, onde costurou um acerto de última hora para a recontagem dos votos no contestado segundo turno da eleição presidencial; da capital afegã, seguiu para Viena, onde aproveitou uma reunião sobre o programas nuclear iraniano para encontrar o colega alemão, Frank-Walter Steinmeier, e apaziguar os ânimos na crise da espionagem; de retorno a Washington, viu-se às voltas com os desdobramentos do incidente com o avião malaio abatido na Ucrânia, com 298 vítimas. Mal desfeitas as malas, Kerry já retornava ao Oriente Médio na tentativa de impedir a eclosão de mais uma guerra.

No intervalo de um mês desde a última vez em que o secretário esteve na capital egípcia, o panorama se tornou mais sombrio em todo o Oriente Médio. A guerra civil na Síria se desdobrou para o Iraque, onde o governo da maioria religiosa xiita parece impotente para conter o levante da minoria sunita, liderada pelos jihadistas do Estado Islâmico ; que proclamaram um califado em áreas sob seu controle em ambos os países. O avanço dos extremistas tem desdobramentos no Líbano, cuja sociedade forma um mosaico étnico-religioso semelhante, e preocupa também a Jordânia, que, como o Egito, foi por décadas um interlocutor estratégico para Washington na região.



;Os EUA são parcialmente responsáveis por essa escalada de múltiplas crises no Oriente Médio;, disse ao Correio, em entrevista por e-mail, a professora Lina Khatib, diretora do Carnegie Middle East Center, com sede em Beirute. ;O Iraque assiste hoje às repercussões da invasão americana de 2003. Gaza sofre as consequências da ausência de avanços no processo de paz liderado pelos EUA. E o conflito na Síria está se complicando, em parte, como resultado dessa política inadequada;, acrescenta a estudiosa. Khatib vê a questão entre Israel e os palestinos como a possível chave para reduzir as tensões na região e facilitar a solução dos demais focos de conflito (leia Duas perguntas para;).

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