Agência France-Presse
postado em 22/07/2014 13:23
Beirute - Violentos combates foram registrados nesta terça-feira (22/7) entre o regime sírio e os rebeldes na periferia do bairro estratégico de Jobar, no leste de Damasco, onde os insurgentes avançaram há uma semana.Jobar é controlado pelos rebeldes, com exceção de algumas zonas periféricas que dão acesso ao centro da capital, onde o exército está presente. Em 15 de julho, os rebeldes conseguiram tomar o controle de um posto de controle militar e seus arredores, na periferia, e iniciou assim uma contra-ofensiva do exército.
"Desde a madrugada, Jobar é palco dos combates mais violentos em meses, acompanhados por bombardeios aéreos e disparos de artilharia pesada", indicou o diretor do Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahman.
Um civil foi morto por disparos dos insurgentes de acordo com a OSDH, enquanto a agência de notícias oficial SANA informou 18 civis feridos.
Um correspondente da AFP no terreno relatou fortes explosões que continuam no início da tarde desta terça-feira.
A Força Aérea realizou pelo menos nove ataques aéreos contra o bairro e de acordo com Rami Abdel Rahman, o exército, com apoio de mílicias pró-regime, "enviou reforços para a área" para retomar o posto militar.
Se os rebeldes continuarem a avançar para além desta posição, poderiam acessar a Praça das Abássidas, uma das principais de Damasco, e assim ameaçar o regime diretamente em sua fortaleza, o que explica a intensidade da batalha, diz Abdel Rahman. O exército "mobilizou tanques nas áreas em torno da Praça das Abássidas".
Jobar também é estratégica porque é a extensão de Ghuta oriental, uma região a leste de Damasco que é um dos principais redutos dos rebeldes que buscam derrubar o regime há três anos. Apesar de várias tentativas, o exército, apoiado pelo Hezbollah xiita libanês, nunca conseguiu recuperar a região.
Além disso, a leste e nordeste da capital, aeronaves bombardearam zonas controladas pelos rebeldes em Erbine e Hammuriyé, matando um homem e uma criança, de acordo com o OSDH.
Nas últimas semanas, os rebeldes também tiveram que combater os jihadistas do Estado Islâmico no sul de Damasco, depois de tê-los expulsos de quatro cidades do Ghuta Oriental, de acordo com o OSDH.
Em função da situação, a União Europeia (UE) decidiu nesta terça-feira ampliar as sanções contra o regime sírio, incluindo em sua lista negra outras três pessoas e nove empresas, segundo um comunicado.
"Diante da gravidade da situação na Síria, o Conselho (Europeu) reforçou hoje as medidas restritivas contra o regime sírio", indica a nota, que coincide com a reunião de ministros europeus de Relações Exteriores.
Estas novas sanções afetarão três pessoas e nove empresas por seu "envolvimento na violenta repressão exercida contra a população civil ou no apoio ao regime".
As sanções consistem no congelamento de ativos e na proibição de entrar em países da UE. No total, com a decisão desta terça-feira, 192 pessoas e 62 empresas são alvos de sanções da UE.