Segundo dados das Nações Unidas, 1,2 bilhão de pessoas no mundo vivem com 1,25 dólar ou menos por dia e quase 1,5 bilhão de pessoas de 91 países em desenvolvimento estão à beira da pobreza.
O relatório anual do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), apresentado em Tóquio, recorda ainda que a pobreza continua diminuindo no mundo, mas "vulnerabilidades" como os conflitos, os preços dos alimentos ou a mudança climática são persistentes e ameaçam o desenvolvimento humano.
"Fazer frente às vulnerabilidades permitirá que todas as pessoas participem dos avanços em termos de desenvolvimento, obtendo assim que o desenvolvimento humano seja cada vez mais equitativo e sustentável", afirmou Helen Clark, administradora do PNUD citada no relatório intitulado "Sustentar o progresso humano, reduzir vulnerabilidades e construir resiliência".
Segundo a ONU, dar prestações sociais básicas às pessoas pobres custaria um pouco menos de 2% do PIB mundial. "Um conjunto de medidas básicas de proteção social será acessível para os países com baixas rendas mediante a redistribuição de fundos e o aumento de seus recursos nacionais", afirma o relatório.
A ONU recorda, por outra parte, que erradicar a pobreza extrema "não apenas consiste em reduzir seus níveis a zero, como também assegurar que estas conquistas sejam mantidas".
Entre as pessoas mais vulneráveis, o relatório destaca as mulheres, as minorias (étnicas, linguísticas, religiosas, sexuais ou de imigrantes), as populações autóctones, as pessoas oriundas de zonas rurais ou remotas ou que vivem com deficiências físicas e os países sem litoral ou com recursos naturais limitados.
Na mesma apresentação do informe, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, recordou que cada vez mais se aproxima a data-limite para cumprir com os chamados Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) da ONU.
Estes objetivos, definidos no ano 2000, tinham como objetivo reduzir pela metade a extrema pobreza e a fome até 2015.
Os ODM também medem os progressos na luta contra a Aids, a mortalidade materna e infantil, o acesso à água e esgoto, a igualdade entre os sexos e a educação.