Agência France-Presse
postado em 24/07/2014 13:21
Gaza - Quinze palestinos morreram nesta quinta-feira (24/7) em uma escola da ONU em Beit Hanoun, no norte da Faixa de Gaza, onde vários palestinos estavam refugiados. Um fotógrafo da AFP viu pelo menos nove corpos, incluindo o de um bebê de um mês e sua mãe, no necrotério do hospital de Jabaliya, perto de Beit Hanoun.
O porta-voz dos serviços de emergência palestinos, Achraf al-Qodra, indicou, por sua vez, um balanço de 15 mortos e mais de 200 feridos. Os feridos foram levados ao hospital Chifa de Gaza. O porta-voz da agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA), Chris Gunness, confirmou em seu Twitter que há "um certo número de mortos e feridos" no local.
De acordo com um porta-voz do exército israelense, combates estão em curso na região de Beit Hanoun. Ele prometeu que investigará esta tragédia. O exército também mencionou a possibilidade de uma carnificina causada por um foguete disparado pelo movimento islamita Hamas e que "caíram na área de Beit Hanoun".
Cerca de 110.000 civis desde pequeno território palestino com 1,8 milhão de habitantes buscaram refúgio em escolas da UNRWA. O porta-voz da agência explicou à AFP que tentou em vão organizar uma trégua para evacuar o edifício. "As coordenadas precisas deste edifício em Beit Hanoun tinha sido formalmente fornecidas para o exército israelense", ressaltou Gunness.
"Nós passamos a maior parte do dia tentando negociar e organizar uma trégua para permitir que os civis, incluindo o nosso pessoal, deixassem o local", lamentou à AFP. "Isso não foi concedido. As consequências são trágicas." "Queríamos evacuar as pessoas porque está havendo combates em torno da escola", disse ele.
De acordo com um correspondente da AFP, vestígios de sangue eram visíveis no pátio da escola, onde um morteiro caiu. Cobertores e roupas espalhadas pelos corredores provam que o lugar era usado por pessoas que fugiram de suas casas e da violência. Duas horas depois da tragédia, apenas algumas cabras permaneciam na escola deserta.
Na terça-feira, outra escola da ONU que acolhia refugiados foi atingida por disparos israelenses sem causar vítimas, no campo de refugiados de al-Maghazi (centro do território). Segundo os serviços de emergência palestinos, o número de mortos da operação "Barreira de Proteção", lançada em 8 de julho na Fixa de Gaza, chega a 777 palestinos, e 4.750 feridos, em sua grande maioria civis, incluindo mais de 100 crianças, o que tem provocado críticas crescentes contra Israel. Trinta e dois militares e dois civis israelenses, assim como um trabalhador agrícola tailandês, perderam a vida.
Nenhum compromisso sobre túneis
No entanto, uma esperança de cessar-fogo parece ganhar contornos, o secretário de Estado americano, John Kerry, citou na quarta-feira progressos. Nesta quinta-feira, ele pediu aos seus colegas do Catar e da Turquia que pressionem o Hamas neste sentido. O presidente palestino, Mahmud Abbas, visitou brevemente Amã nesta quinta-feira à tarde para conversações urgentes com o rei Abdullah antes de voltar a Ramallah (Cisjordânia).
Antes de qualquer cessar-fogo, o Hamas exige que Israel se comprometa a levantar o bloqueio imposto à Gaza há oito anos. Já o exército israelense deseja neutralizar completamente as capacidades militares do Hamas e da Jihad Islâmica, e pôr fim aos ataques de foguetes. "Nosso objetivo é que os cidadãos israelenses vivam sem a ameaça dos foguetes e túneis, não vamos comprometer esse objetivo", alertou o ministro do Interior Gideon Saar.
Os esforços diplomáticos ainda não resultaram em nenhuma consequência para os habitantes de Gaza. Pouco antes da oração da alvorada em Jabaliya, no norte do território, "uma enorme explosão destruiu todas as casas vizinhas e a mesquita", relatou à AFPTV um residente, Fa;eq Hussein.
"A mesquita não tem nada a ver com o exército ou os foguetes", disse, enquanto os habitantes procuram possíveis vítimas em meio aos escombros. "À medida que o número de mortes de civis aumenta, a opinião pública ocidental está cada vez mais preocupada e menos simpática a Israel", advertiu o chefe da diplomacia britânica Philip Hammond, depois de uma visita a Israel.
Crimes de guerra
Antes da tragédia da escola de Beit Hanoun, a chefe das operações humanitárias da ONU, Valerie Amos, alertou que era quase impossível para os civis se abrigar nesta faixa de terra de 362 km2. E o Conselho de Direitos Humanos da ONU lançou uma investigação sobre possíveis crimes de guerra cometidos pelo exército israelense em Gaza e condenou os ataques indiscriminados do Hamas a Israel.
Esta investigação irritou o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, que denunciou "uma paródia de justiça" e acusou o Hamas de utilizar a população de Gaza como um "escudo humano". Este conflito sangrento, o quarto desde que o exército israelense se retirou da Faixa de Gaza em 2005, tem ofuscado a saída nesta quinta-feira do presidente israelense Shimon Peres, 90 anos, o homem que encarna aos olhos do mundo o diálogo com os palestinos.
O porta-voz dos serviços de emergência palestinos, Achraf al-Qodra, indicou, por sua vez, um balanço de 15 mortos e mais de 200 feridos. Os feridos foram levados ao hospital Chifa de Gaza. O porta-voz da agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA), Chris Gunness, confirmou em seu Twitter que há "um certo número de mortos e feridos" no local.
De acordo com um porta-voz do exército israelense, combates estão em curso na região de Beit Hanoun. Ele prometeu que investigará esta tragédia. O exército também mencionou a possibilidade de uma carnificina causada por um foguete disparado pelo movimento islamita Hamas e que "caíram na área de Beit Hanoun".
Cerca de 110.000 civis desde pequeno território palestino com 1,8 milhão de habitantes buscaram refúgio em escolas da UNRWA. O porta-voz da agência explicou à AFP que tentou em vão organizar uma trégua para evacuar o edifício. "As coordenadas precisas deste edifício em Beit Hanoun tinha sido formalmente fornecidas para o exército israelense", ressaltou Gunness.
"Nós passamos a maior parte do dia tentando negociar e organizar uma trégua para permitir que os civis, incluindo o nosso pessoal, deixassem o local", lamentou à AFP. "Isso não foi concedido. As consequências são trágicas." "Queríamos evacuar as pessoas porque está havendo combates em torno da escola", disse ele.
De acordo com um correspondente da AFP, vestígios de sangue eram visíveis no pátio da escola, onde um morteiro caiu. Cobertores e roupas espalhadas pelos corredores provam que o lugar era usado por pessoas que fugiram de suas casas e da violência. Duas horas depois da tragédia, apenas algumas cabras permaneciam na escola deserta.
Na terça-feira, outra escola da ONU que acolhia refugiados foi atingida por disparos israelenses sem causar vítimas, no campo de refugiados de al-Maghazi (centro do território). Segundo os serviços de emergência palestinos, o número de mortos da operação "Barreira de Proteção", lançada em 8 de julho na Fixa de Gaza, chega a 777 palestinos, e 4.750 feridos, em sua grande maioria civis, incluindo mais de 100 crianças, o que tem provocado críticas crescentes contra Israel. Trinta e dois militares e dois civis israelenses, assim como um trabalhador agrícola tailandês, perderam a vida.
Nenhum compromisso sobre túneis
No entanto, uma esperança de cessar-fogo parece ganhar contornos, o secretário de Estado americano, John Kerry, citou na quarta-feira progressos. Nesta quinta-feira, ele pediu aos seus colegas do Catar e da Turquia que pressionem o Hamas neste sentido. O presidente palestino, Mahmud Abbas, visitou brevemente Amã nesta quinta-feira à tarde para conversações urgentes com o rei Abdullah antes de voltar a Ramallah (Cisjordânia).
Antes de qualquer cessar-fogo, o Hamas exige que Israel se comprometa a levantar o bloqueio imposto à Gaza há oito anos. Já o exército israelense deseja neutralizar completamente as capacidades militares do Hamas e da Jihad Islâmica, e pôr fim aos ataques de foguetes. "Nosso objetivo é que os cidadãos israelenses vivam sem a ameaça dos foguetes e túneis, não vamos comprometer esse objetivo", alertou o ministro do Interior Gideon Saar.
Os esforços diplomáticos ainda não resultaram em nenhuma consequência para os habitantes de Gaza. Pouco antes da oração da alvorada em Jabaliya, no norte do território, "uma enorme explosão destruiu todas as casas vizinhas e a mesquita", relatou à AFPTV um residente, Fa;eq Hussein.
"A mesquita não tem nada a ver com o exército ou os foguetes", disse, enquanto os habitantes procuram possíveis vítimas em meio aos escombros. "À medida que o número de mortes de civis aumenta, a opinião pública ocidental está cada vez mais preocupada e menos simpática a Israel", advertiu o chefe da diplomacia britânica Philip Hammond, depois de uma visita a Israel.
Crimes de guerra
Antes da tragédia da escola de Beit Hanoun, a chefe das operações humanitárias da ONU, Valerie Amos, alertou que era quase impossível para os civis se abrigar nesta faixa de terra de 362 km2. E o Conselho de Direitos Humanos da ONU lançou uma investigação sobre possíveis crimes de guerra cometidos pelo exército israelense em Gaza e condenou os ataques indiscriminados do Hamas a Israel.
Esta investigação irritou o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, que denunciou "uma paródia de justiça" e acusou o Hamas de utilizar a população de Gaza como um "escudo humano". Este conflito sangrento, o quarto desde que o exército israelense se retirou da Faixa de Gaza em 2005, tem ofuscado a saída nesta quinta-feira do presidente israelense Shimon Peres, 90 anos, o homem que encarna aos olhos do mundo o diálogo com os palestinos.
Seu sucessor, Reuven Rivlin, 74, nunca escondeu sua hostilidade à criação de um Estado palestino. O conflito está concentrado em Gaza, mas a tensão aumenta na Cisjordânia, Jerusalém Oriental e nas cidades do norte, onde a maior parte dos 1,4 milhão de árabes israelenses vivem. Confrontos com a polícia têm sido relugares.
De acordo com uma fonte policial, reforços policiais serão mobilizados nesta quinta-feira em Jerusalém para a Noite do Destino (Lailat al-Qadr), uma das datas importantes do Ramadã, que termina na próxima semana. No aeroporto Ben Gurion de Tel Aviv, perto do qual um foguete caiu na terça-feira, a Agência Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) retirou nesta quinta a proibição para voar, assim como a Agência Europeia de Segurança Aérea (AESA.