Agência France-Presse
postado em 26/07/2014 14:49
Khan Yunis - Pouco antes da entrada em vigor da trégua entre Israel e o Hamas, a força aérea israelense bombardeou a casa da família Al-Nayar, matando 22 pessoas, incluindo 10 crianças, em Khan Yunes, no sul de Gaza. No local em que se erguia o edifício de três andares resta apenas uma cratera, ruínas, pedaços de metal retorcidos e algumas roupas, assim como cadáveres que vizinhos e familiares retiram dos escombros.
"Toda a minha família, meus filhos, meus netos, morreram", grita uma mulher de 85 anos, cercada por mulheres e crianças que foram lhe dar os pêsames e que também estão chorando. "Estava no segundo andar, na varanda quando o míssil caiu e me lançou para fora, para longe do edifício", conta seu neto Hussein, observando a cratera. Está prestes a chorar e tão abalado que mal consegue falar.
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"Morreram meus dois filhos e minha mulher que estava grávida de cinco meses", acrescenta. Tem um olho vendado e seus braços e pernas também têm ataduras. O número de palestinos mortos na ofensiva israelense em Gaza superou os mil neste sábado, após a descoberta de mais de uma centena de mortos entre os escombros, durante a trégua acordada entre Israel e o Hamas. Muitos aproveitam para voltar aos seus bairros devastados
Do norte ao sul deste território superpovoado, muitos palestinos aproveitaram a breve trégua para voltar aos seus bairros devastados, e se depararam com um espetáculo de desolação. Em Shejaiya, um subúrbio da cidade de Gaza duramente bombardeado, um homem de 60 anos desaba em frente ao que foi sua casa e outro permanece de pé diante das ruínas.
Muitos remexem nos escombros e carregam alguns objetos pessoais, o que não deixa de ser perigoso. "Temos medo de todas essas bombas que ainda não explodiram e que estão sobre nossas cabeças e das minas que estão no chão. Temos medo de abrir uma porta e encontrar uma bomba", afirma Khader Sukar, um morador de Shejaiya.
Para Abu Mohamed, de 37 anos e que vive em Beit Lahiya (norte), "é como um terremoto de magnitude 10. Não temos mais nenhuma referência desta zona. Cresci neste bairro desde os cinco anos e não consigo reconhecê-lo", afirma. Ninguém sabe ao certo quanto tempo esta trégua pode durar, e por isso as pessoas se apressam em preparar os corpos para enterrá-los enquanto é possível. Em Khan Yunes, várias dezenas de homens passam correndo por uma rua com três cadáveres, um deles envolvido na bandeira do Hamas.
Um pouco mais a leste, poucos se atrevem a entrar no distrito de Juzaa, onde os habitantes dizem que os tanques israelenses estão patrulhando. "O exército continua ali e não se move", afirma um morador.
"Toda a minha família, meus filhos, meus netos, morreram", grita uma mulher de 85 anos, cercada por mulheres e crianças que foram lhe dar os pêsames e que também estão chorando. "Estava no segundo andar, na varanda quando o míssil caiu e me lançou para fora, para longe do edifício", conta seu neto Hussein, observando a cratera. Está prestes a chorar e tão abalado que mal consegue falar.
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"Morreram meus dois filhos e minha mulher que estava grávida de cinco meses", acrescenta. Tem um olho vendado e seus braços e pernas também têm ataduras. O número de palestinos mortos na ofensiva israelense em Gaza superou os mil neste sábado, após a descoberta de mais de uma centena de mortos entre os escombros, durante a trégua acordada entre Israel e o Hamas. Muitos aproveitam para voltar aos seus bairros devastados
Do norte ao sul deste território superpovoado, muitos palestinos aproveitaram a breve trégua para voltar aos seus bairros devastados, e se depararam com um espetáculo de desolação. Em Shejaiya, um subúrbio da cidade de Gaza duramente bombardeado, um homem de 60 anos desaba em frente ao que foi sua casa e outro permanece de pé diante das ruínas.
Muitos remexem nos escombros e carregam alguns objetos pessoais, o que não deixa de ser perigoso. "Temos medo de todas essas bombas que ainda não explodiram e que estão sobre nossas cabeças e das minas que estão no chão. Temos medo de abrir uma porta e encontrar uma bomba", afirma Khader Sukar, um morador de Shejaiya.
Para Abu Mohamed, de 37 anos e que vive em Beit Lahiya (norte), "é como um terremoto de magnitude 10. Não temos mais nenhuma referência desta zona. Cresci neste bairro desde os cinco anos e não consigo reconhecê-lo", afirma. Ninguém sabe ao certo quanto tempo esta trégua pode durar, e por isso as pessoas se apressam em preparar os corpos para enterrá-los enquanto é possível. Em Khan Yunes, várias dezenas de homens passam correndo por uma rua com três cadáveres, um deles envolvido na bandeira do Hamas.
Um pouco mais a leste, poucos se atrevem a entrar no distrito de Juzaa, onde os habitantes dizem que os tanques israelenses estão patrulhando. "O exército continua ali e não se move", afirma um morador.