"O regime está asfixiando milhões de sírios em Aleppo, impedindo a entrega de alimentos, água e medicamentos", afirmou o secretário de Estado John Kerry, em um comunicado. Ele também anunciou que, com a nova parcela, os Estados Unidos terão repassado no total 2,4 bilhões de dólares à Síria.
"Em todo o país, os sírios são massacrados nas mãos de um tirano impiedoso", criticou Kerry, condenando com firmeza "o regime ilegítimo e indefensável de Al-Assad". O regime lançou "dezenas de bombas por dia na cidade (de Aleppo) e seus arredores", acrescentou.
"O mundo deve agir rapidamente e de forma decisiva para levar assistência vital a civis inocentes que estão suportando os embates dessa guerra bárbara", afirmou o diplomata. De acordo com o governo americano, pelo menos US$ 1,2 bilhão foi destinado a ajudar mais de 4,7 milhões de pessoas na Síria, e outra quantia no mesmo valor foi usada para apoiar os três milhões de sírios que buscaram abrigo em países vizinhos.
A ajuda dos Estados Unidos contribui, segundo Kerry, para alimentar quatro milhões de sírios no país e para ajudar outro 1,9 milhão de pessoas nos 300 hospitais e clínicas em todo o país. "Nossa ajuda alimenta, protege e leva medicamentos e água a milhões de refugiados na região e em países como Líbano, Jordânia, Turquia, Iraque e Egito, que recebem centenas de refugiados", disse Kerry.
O secretário americano insistiu em que Washington continua comprometida "a encontrar uma solução política para a crise" - embora tenham fracassado os esforços para levar o regime e a oposição à mesa de negociações no início deste ano. "É preciso acabar com a violência e com o derramamento de sangue e trabalhar para um futuro de dignidade e de liberdade que todos os sírios merecem", acrescentou Kerry.
A chefe de Operações Humanitárias das Nações Unidas, Valerie Amos, disse esperar que as agências humanitárias continuem enviando ajuda para a população síria "nos próximos dias", passando por Turquia e Jordânia, após uma primeira operação realizada em 24 de julho. "Nos próximos dias, espero poder confirmar o envio de outros comboios através dos pontos de passagem designados", completou Amos, em um comunicado publicado depois que ela informou o Conselho de Segurança da ONU sobre a situação humanitária na Síria.
Uma resolução adotada em 14 de julho pelo Conselho de Segurança autoriza a passagem de comboios humanitários provenientes de Turquia, Jordânia e Iraque, sem necessidade de acordo prévio de Damasco.