Agência France-Presse
postado em 31/07/2014 16:23
Nova York - O Conselho de Segurança das Nações Unidas pediu nesta quinta-feira (31/7) um "cessar-fogo imediato e incondicional" em Gaza e "pausas humanitárias" para socorrer a população, alvo de uma ofensiva israelense há mais de 20 dias.
Após quatro horas de reunião a portas fechadas, o órgão também manifestou sua "profunda decepção" com o fato de os insistentes apelos feitos pelo fim dos confrontos não terem sido ouvidos.
Os 15 integrantes do Conselho "pedem um cessar-fogo imediato e sem condições que leve a um cessar-fogo duradouro baseado na proposta egípcia" de mediação, anunciou o representante permanente adjunto de Ruanda, Olivier Nduhungirehe, que desempenha a presidência interina do Conselho em julho.
"Enquanto isso, defendem a utilização de pausas humanitárias", acrescenta o texto.
Os países-membros da ONU também foram convidados a financiar o chamado aporte de fundos lançado pela Agência da ONU para a Ajuda aos Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês).
[SAIBAMAIS]O Conselho também fez referência à declaração anterior, de 28 de julho, que já exigia um cessar-fogo, lamentando que não tenha tido efeito, e exigiu que seja aplicado.
Os membros do corpo executivo das Nações Unidas ouviram os alertas de dois altos funcionários da ONU sobre a grave situação humanitária em Gaza.
O chefe da UNRWA, Pierre Kr;henbühl, disse que os palestinos na Faixa de Gaza estão no limite. As condições de vida nos abrigos superpopulosos da ONU, que abrigam cerca de 220 mil pessoas, "são cada vez mais precários", em uma situação sanitária deplorável e de riscos de epidemias, explicou em audioconferência de Gaza.
A diretora de Operações Humanitárias da ONU, Valerie Amos, lembrou "a obrigação absoluta" dos beligerantes de proteger ao máximo os civis e os trabalhadores humanitários. "A realidade em Gaza hoje é que nenhum lugar é seguro", lamentou, lembrando que 103 instalações da ONU haviam sido alvo de ataques desde o início do conflito.
O bombardeio, na quarta-feira, de uma escola da UNRWA no campo de refugiados de Jabaliya (norte da Faixa de Gaza), uma das 83 escolas da ONU usadas para abrigar os civis que fogem dos combates, foi energicamente condenado pelas Nações Unidas e por diversas capitais, incluindo Washington.
A Casa Branca disse ter poucas dúvidas de que o Exército israelense tenha sido o autor do ataque e voltou a pedir ao Estado hebreu que "faça mais" para proteger os civis.