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China promete recompensas milionárias por "caça a terroristas"

Autoridades já distribuíram 4,23 milhões de yuanes a pessoas ou agências do governo que ajudaram a capturar ou a matar 10 "supostos terroristas" na semana passada no município de Hotan

Agência France-Presse
postado em 04/08/2014 08:57
Pequim - A China concederá recompensas de mais de 300 milhões de yuanes (48 milhões de dólares) aos residentes de Xinjiang, região de maioria muçulmana do noroeste do país, que ajudem a "caçar terroristas", anunciou a imprensa oficial.

As autoridades já distribuíram 4,23 milhões de yuanes a pessoas ou agências do governo que ajudaram a capturar ou a matar 10 "supostos terroristas" na semana passada no município de Hotan, informou a agência estatal Xinhua.

Moradores da região localizaram as pessoas suspeitas em uma plantação de milho na sexta-feira passada, segundo a agência.

Ao lado de mais de 30.000 "voluntários", a polícia perseguiu os suspeitos e nove deles morreram em um tiroteio. O décimo foi detido. As informações são da imprensa estatal.

Várias pessoas que "ajudaram" na busca receberam recompensas em uma cerimônia no domingo em Hotan.

Seis pessoas que deram informações consideradas "chave" receberam 100.000 yuanes (16.000 dólares) cada.

As recompensas integram a verba de mais de 300 milhões de yuanes, que as autoridades regionais decidiram distribuir progressivamente aos que "prestam ajuda para caçar os supostos terroristas".

No domingo, a Xinhua informou que 59 "terroristas" e 37 civis morreram nos confrontos da semana passada no distrito de Shache (Yarkand no idioma uigur), os mais violentos na região desde 2009.

Xinjiang tem quase 10 milhões de uigures, muçulmanos de língua turca em parte hostis à tutela de Pequim. Uma ala radical do grupo é responsável, segundo o governo comunista, por atentados cometidos nos últimos meses.



Em resposta, o governo iniciou uma ampla operação de luta antiterrorista. Centenas de pessoas foram detidas e condenadas em julgamentos sumários.

Grupos de defesa dos direitos humanos consideram que a política repressiva do governo chinês contra a cultura e a religião dos uigures alimenta as tensões e a violência em Xinjiang.

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