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Novos casos de ebola despertam temor de epidemia fora de controle

O mais recente balanço oficial em todo o oeste da África, divulgado nesta quarta-feira, chegou a 932 mortos desde o começo do ano

Agência France-Presse
postado em 06/08/2014 21:33
Lagosfreetown - O número de mortos na epidemia do Ebola se aproximou de mil nesta quarta-feira (6/8), enquanto cresce o temor de a doença mortal estar se espalhando na Nigéria, país mais populoso da África, depois da segunda morte e de sete casos confirmados na capital, Lagos.

O avanço da doença ocorre em um momento em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) se reunia em sessão de emergência, em Genebra, para decidir se declaram, ou não, uma crise internacional. O mais recente balanço oficial em todo o oeste da África, divulgado nesta quarta-feira, chegou a 932 mortos desde o começo do ano, com 1.711 casos confirmados, sobretudo em Guiné, Libéria e Serra Leoa.


A morte de uma enfermeira em Lagos, megacidade com mais de 20 milhões de habitantes, somou-se a outros 45 óbitos confirmados em todo o oeste da África entre sábado e segunda-feira. Isso levou agências de ajuda, incluindo a respeitada Médicos sem Fronteiras, a declarar que a terrível doença tropical está fora de controle.

Em Monróvia, capital da Libéria, onde os mortos foram deixados insepultos nas ruas, ou abandonados em suas casas, a presidente Ellen Johnson Sirleaf apelou para a intervenção divina e ordenou três dias de jejum e oração. Em Serra Leoa, que tem o maior número de infecções confirmadas, 800 soldados, inclusive 50 enfermeiras militares, foram mobilizados para vigiar hospitais e clínicas para tratar pacientes com Ebola, informou um porta-voz do Exército.

No início da crise, algumas clínicas sofreram atos de vandalismo, e funcionários de saúde foram atacados por jovens, que os acusavam de ajudar a espalhar a doença.Outros soldados, que chegavam no fim de uma missão com as tropas de paz da União Africana, na Somália, receberam ordens, nesta quarta-feira, para permanecer no país destroçado pela guerra ao invés de voltar para casa por causa do Ebola.

A reunião a portas fechadas da OMS não deve chegar a um consenso até a sexta-feira, mas a sessão em si salientou a gravidade da ameaça que a doença representa. Febre alta e hemorragia sem controle são alguns dos sintomas.

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