Kirkuk - Os jihadistas, que nesta quinta-feira (7/8) assumiram o controle de várias cidades do norte do Iraque, provocaram a fuga de 100 mil cristãos e retiraram as cruzes das igrejas, anunciou o patriarca caldeu Louis Sako.
"Há 100 mil deslocados cristãos que fugiram, alguns a pé, para a região do Curdistão", afirmou o patriarca à AFP". "É um desastre humanitário, as igrejas estão tomadas e retiraram as cruzes", disse.
Os jihadistas assumiram nesta quinta-feira o controle de Qaraqosh, a maior cidade cristã do país, e outras áreas perto de Mossul (norte), segundo testemunhas e representantes religiosos.
Os combatentes do Estado Islâmico (EI) tomaram as localidades durante a noite, após a saída das forças curdas, de acordo com moradores.
"Sei que as cidades de Qaraqosh, Tal Kaif, Bartela e Karamlesh viram a saída da população e estão agora sob controle dos milicianos", afirmou Jospeh Thomas, arcebispo caldeu de Kirkuk e Suleimaniya, à AFP.
"Combatentes do EI atacaram na quarta-feira a maioria das localidades da planície de Nínive com morteiros. Tomaram várias delas", disse o patriarca Sako.
"Tanto o governo como as autoridades curdas são incapazes de defender nosso povo. Devem trabalhar juntos, com apoio internacional e equipamento militar moderno", completou.
"Hoje fazemos um apelo com muita dor e tristeza ao Conselho de Segurança da ONU, à União Europeia e às organizações humanitárias, para que ajudem estas pessoas em perigo", insistiu. "Espero que não seja tarde para evitar um genocídio", completou o patriarca.