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Fundador de WikiLeaks pede cautela a Snowden se decidir sair da Rússia

Julian Assange disse em um fórum sobre a liberdade de expressão que o ex-técnico americano deve fazer o necessário para proteger sua integridade física

Agência France-Presse
postado em 07/08/2014 16:46
Cidade do México - Julian Assange, fundador australiano do site WikiLeaks, pediu nesta quinta-feira (7/8) ao ex-técnico de Inteligência americano Edward Snowden que seja extremadamente cauteloso se decidir sair da Rússia, país que acaba de conceder a ele nova autorização para permanecer em seu território e viajar para o exterior. Acusado pelos Estados Unidos por revelar uma rede mundial de espionagem eletrônica, Snowden deve fazer o necessário para proteger sua integridade física, afirmou Assange durante uma videoconferência em um fórum sobre a liberdade de expressão realizado na Cidade do México.

O ex-analista foi autorizado a permanecer mais três anos na Rússia, onde mora há um ano, anunciou seu advogado, Anatoli Kucherena, nesta quinta-feira. Snowden, que trabalhou para a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) e revelou a existência de um sistema generalizado de espionagem eletrônica em todo o mundo por parte do governo americano, "obteve o direito de residir durante três anos em território russo", afirmou seu advogado em uma entrevista coletiva em Moscou.



[SAIBAMAIS]Essa nova autorização permitirá que ele viaje ao exterior, explicou Kucherena. Depois de ter revelado à imprensa milhares de documentos secretos demonstrando a existência do programa de espionagem da NSA, Snowden obteve em 1; de agosto de 2013 uma permissão de asilo provisório na Rússia. Desde sua chegada à Rússia, Snowden tem sido muito discreto e visto poucas vezes em público.

De barga e cabelos longos, Assange, refugiado desde junho de 2012 na embaixada do Equador em Londres, comemorou a permanência de Snowden na Rússia e lamentou o fato de outros países europeus terem negado asilo ao técnico americano por terem "medo dos Estados Unidos". Ele também mencionou Brasil e Argentina como países fora da Europa que negaram asilo ao americano.

Julian Assange se mantém em asilo diplomático na embaixada do Equador para evitar sua extradição para a Suécia, que o acusa de crimes sexuais que ele nega. O australiano assegura que o pedido sueco é uma manobra para entregá-lo aos Estados Unidos, onde teme ser condenado por ter difundido no WikiLeaks milhares de documentos confidenciais que colocaram a diplomacia americana no centro de um escândalo.

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