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Nova trégua entre palestinos e israelenses abre caminho ao diálogo

Em negociação no Egito, israelenses e palestinos aceitam mais uma suspensão dos ataques por três dias e são convidados a trabalhar, durante esse período, por um cessar-fogo permanente. Discursos de líderes, no entanto, indicam que divergências continuam

postado em 11/08/2014 08:56
O movimento islâmico Hamas e o governo de Israel aceitaram ontem um pedido do Egito para uma trégua de 72 horas na Faixa de Gaza, a segunda em menos de uma semana. O novo cessar-fogo entrou em vigor às 18h (0h de hoje no horário local), visando ao avanço do diálogo para a paz. As perspectivas em torno de um acordo duradouro seguem, no entanto, em ritmo de incerteza ante o ceticismo nas declarações das partes envolvidas. Além disso, enquanto representantes palestinos e judeus negociavam a trégua no Cairo, as Forças Armadas israelenses efetuavam bombardeios na região.

Palestinos carregam pertences após removê-los de apartamento de edifício que teria sido destruído por ataques aéreos, no norte da Faixa de Gaza
Em entrevista à agência de notícias France-Presse, o chefe da facção que controla Gaza, Khaled Meshaal, reiterou que o bloqueio ao enclave árabe deve ser rompido para dar fim à violência. ;A trégua é um dos meios ou das táticas destinadas a fazer com que as negociações deem resultado ou enviar ajuda humanitária;, lembrou, completando que ;o atual e indispensável objetivo é que as demandas palestinas sejam satisfeitas e que o território viva sem o bloqueio;. Segundo Meshaal, esse pedido não tem nada de ;fantasioso;. ;A Faixa de Gaza deve ser aberta para permitir a 2 milhões de palestinos viajar, ir para outras bandas para serem atendidos no médico ou estudar no estrangeiro como todos os povos do mundo;.

[SAIBAMAIS]Horas antes de a trégua de três dias ser acatada por ambas as parte, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, chegou a dizer que não negociaria enquanto o Hamas mantivesse os ataques. ;Israel não negocia sob disparos;, alertou, durante uma reunião de governo. Na sexta-feira, de acordo com o Exército do país, a janela humanitária anterior (estabelecida na semana passada) foi rompida pelo movimento islâmico, que lançou foguetes contra o Estado judeu antes do fim da trégua.



Em visita ontem à Colômbia, o ministro israelense da Agricultura, Yair Shamir, taxou de ;suave; a operação militar contra Gaza. ;Minha opinião é que a ofensiva foi muito suave, deveria ser mais forte, sem levar a uma mortandade em massa, e mais curta;, disse o chefe da pasta ao jornal local El Espectador. ;Nós nos contemos. Infelizmente, no fim, conter-se tanto pode ser um erro porque a guerra prossegue;, concluiu Shamir.

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