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ONU alerta para situação de emergência vivida por 1,5 milhão no Iraque

Ativista detalha horror enfrentado pelos yazidis. Al-Maliki renuncia e apoia o novo primeiro-ministro

Rodrigo Craveiro
postado em 15/08/2014 06:03

Iraquianos da etnia yazidi se abrigam em campo de refugiados próximo à fronteira com a Turquia, em Sirnak: milhares de pessoas precisam de água e de comida, segundo ativistas

Organização das Nações Unidas (ONU) impôs o mais alto nível de emergência à crise humanitária no norte do Iraque. De acordo com o representante especial Nickolay Mladenov, a medida vai ;facilitar a mobilização de recursos adicionais em bens, fundos e ativos para garantir uma resposta mais eficiente às necessidades das populações afetadas pelos deslocamentos forçados;. Além de expulsar 1,5 milhão de pessoas de casa, incluindo 250 mil membros da etnia yazidi, e de massacrar centenas, os extremistas sunitas do Estado Islâmico (EI) tornaram insustentável a situação do primeiro-ministro iraquiano.



Em um discurso supreendente, Nuri Al-Maliki não suportou a pressão dos Estados Unidos, entregou o cargo e reconheceu Haider Al-Abadi como premiê. ;Eu retiro minha candidatura (;) para preservar a unidade e a estabilidade do Iraque;, declarou, cercado por 33 assessores. Al-Maliki culpou ;organizações terroristas na Síria, apoiadas por certos Estados e serviços de inteligência do exterior; pela crise. Era o fim de oito anos de governo. ;Serei um soldado em defesa do Iraque, eu apoiarei a nomeação de meu irmão Haidel Al-Abadi;, prometeu ele.

[SAIBAMAIS]Alheios à transição política em Bagdá, milhares de yazidis ; adeptos de uma crença que mistura elementos do judaísmo, do zoroastrismo e do cristianismo e considera o demônio o líder dos anjos ; enfrentaram dias de terror. Porta-voz do Conselho Central de Yazidis na Alemanha, Songül Tolan tem falado diariamente com informantes na região de Sinjar, onde mil iraquianos ainda se refugiam sobre monte de mesmo nome. ;Cerca de 10 mil yazidis morreram de fome ou foram executados pelos militantes do EI, que não diferenciam homens de crianças e mulheres. Pelo menos 300 garotas foram raptadas para servirem de escravas sexuais;, relatou ao Correio, por telefone. ;Nossos contatos descobriram três covas coletivas, com cerca de 500 corpos. Algumas pessoas acabaram enterradas vivas.;

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