Mundo

Ativista em greve de fome há 14 anos contra exército é libertada na Índia

Indiana protestava contra a concessão de poderes especiais ao exército em sua região; a cada vez que os tribunais locais a libertavam, ela retomava sua greve de fome e voltava a ser detida

Agência France-Presse
postado em 19/08/2014 10:04
Nova Délhi - A Índia libertou nesta terça-feira (19/8) uma militante dos direitos humanos em greve de fome há quase 14 anos, e que protestava contra a concessão de poderes especiais ao exército em sua região do nordeste do país, anunciou sua advogada.

Apelidada de "dama de ferro de Manipur", em referência a este estado pobre próximo à fronteira birmanesa, Irom Chanu Sharmila deixou de se alimentar no dia 2 de novembro de 2000 depois de presenciar a morte de dez pessoas pelas mãos do exército, em um ponto de ônibus situado perto de sua casa.

A mulher, que agora tem 42 anos, foi detida pouco depois de iniciar sua greve de fome por tentativa de suicídio. Depois a mandaram ao hospital de uma prisão, onde foi alimentada à força três vezes ao dia.

A cada vez que os tribunais locais a libertavam, retomava sua greve de fome e voltava a ser detida. Atualmente encontra-se no hospital Jawaharlal Nehru de Imphal, a capital de Manipur.



Com seu protesto, a ativista quis denunciar a lei de poderes especiais das forças armadas, adotada em 1990 e que permite a elas disparar e deter suspeitos sem ordem judicial. O Estado de Manipur abriga vinte grupos separatistas, que pedem a independência ou a autonomia.

Associações internacionais defensoras dos direitos humanos, como a Anistia Internacional, condenaram esta lei, e consideram que serviu de pretexto para realizar execuções extrajudiciais.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação