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Dezoito homens são executados em Gaza por 'colaboração' com Israel

Seis foram executados diante de uma mesquita, no momento em que centenas de fiéis deixavam o local

Gaza - O grupo radical Hamas executou nesta sexta-feira (22/8) 18 palestinos acusados de "colaboração" com Israel, um dia depois da morte de três comandantes militares do movimento em um ataque israelense na Faixa de Gaza. Quatro palestinos também morreram em ataques israelenses no território palestino, o que eleva a 75 o número de vítimas fatais desde a retomada dos combates na terça-feira à noite, após nove dias de trégua.



De acordo com o portal, que não cita o nome de nenhum dirigente da força de segurança em Gaza, as execuções desta sexta-feira aconteceram após um "procedimento judicial". A ONG Human Right Watch indica que o Hamas executou mais de 30 "colaboracionistas" durante e depois da ofensiva israelense de 2008/2009.

Quatro palestinos mortos

Pelo menos quatro palestinos morreram nesta sexta-feira em dois ataques aéreos israelenses na Faixa de Gaza, segundo o porta-voz dos serviços de emergência do território, Ashraf al-Qodra. Quase 2.090 palestinos morreram desde o início da ofensiva militar israelense, em 8 de julho, contra o movimento islamita Hamas, que controla a Faixa de Gaza.

No lado israelense, 64 soldados - cinco deles por "fogo amigo" - e três civis - dois israelenses e um tailandês - morreram no mesmo período. As negociações indiretas entre Israel, que exige a desmilitarização do território palestino, e o Hamas, que pede o fim do bloqueio imposto à Faixa desde 2006, estão "mortas", anunciou o Hamas na quarta-feira.

Mas o emir do Catar, Tamim bin Hamad al-Thani, reuniu nesta sexta-feira em Doha pela segunda vez em 24 horas o presidente palestino, Mahumd Abbas, e o líder do movimento islamita no exílio, Khaled Meshaal. O governo israelense busca o apoio diplomático dos Estados Unidos ante a resolução do Conselho de Segurança da ONU que está sendo preparada por Grã-Bretanha, França e Alemanha. O texto pede um cessar-fogo imediato e duradouro, assim como a suspensão do bloqueio israelense.

Também propõe um mecanismo para vigiar o cessar-fogo e supervisionar a entrada de produtos em Gaza, em resposta às preocupações de segurança de Israel. A nota pede ainda o retorno do controle de Gaza à Autoridade Palestina de Abbas, expulsa do território em 2007 pelo Hamas, que um ano antes venceu as eleições legislativas. O texto estipula a suspensão das restrições econômicas e humanitárias a Gaza para permitir um grande esforço de reconstrução.