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Rebelião xiita faz manifestação no Iêmen para exigir a renúncia do governo

Os rebeldes não aceitam o recente aumento do preço da gasolina, que tem grande impacto entre a população do país pobre

Agência France-Presse
postado em 22/08/2014 11:58
Sanaa - Milhares de partidários da rebelião xiita protestavam nesta sexta-feira (22/8) em Sanaa para exigir a renúncia do governo, ao mesmo tempo que uma delegação presidencial prossegue em negociações com o líder rebelde em seu reduto do norte do Iêmen. A rebelião xiita anunciou uma manifestação "pacífica", no dia que chega ao fim o ultimato dado para obter a renúncia do governo e a anulação do recente aumento do preço da gasolina.

Milhares de pessoas participam de protesto para denunciar aumentos de preços de combustível e exigir a renúncia do governo, em Sanaa
O líder dos rebeldes de Ansarulah, Abdel Malek al-Huthi, convocou os partidários para um encontro de oração nesta sexta-feira na estrada que leva ao aeroporto de Sanaa, ao mesmo tempo que mantinha negociações com representantes do presidente Abd Rabbo Mansur Hadi enviados a Sanaa. Al-Huthi afirmou em um discurso na quinta-feira que as negociações e manifestações devem prosseguir em consequência da ausência de uma resposta clara e suficiente às exigências.

Ele já havia advertido que se as demandas não fossem atendidas até o fim do ultimato, os rebeldes xiitas organizariam outras formas de ação "legítimas", sem especificar quais. Milhares de pessoas começaram a convergir para o local do encontro nas proximidades de Sanaa. A manifestação marcará "o início da segunda fase da escalada revolucionária pacífica", segundo Al-Huthi.



Para tentar evitar uma nova onda de violência no país, que vive uma difícil transição política, o presidente Hadi convidou a rebelião para um diálogo. As discussões prosseguiam nesta sexta-feira em Saada e não está descartada uma solução de último minuto, segundo uma fonte política. Os rebeldes não aceitam o recente aumento do preço da gasolina, que tem grande impacto entre a população do país pobre.

O grupo Ansarulah, que controla a região de Saada, é acusado de querer ampliar sua zona de influência no futuro Estado federal do Iêmen, que terá seis províncias. Os combatentes assumiram no início de julho o controle da cidade de Amran, perto de Sanaa, mas abandonaram a localidade.

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