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Israel bombardeia intensamente Gaza; Egito quer reinício das negociações

O ataque mais violento ocorreu no centro da Faixa de Gaza, em Al-Zawaida. Cinco integrantes da mesma família morreram



O Exército israelense indicou 35 ataques contra alvos na Faixa de Gaza neste sábado, enquanto 30 disparos de projéteis a partir do território palestinos atingiram Israel.

Quase 2.100 palestinos morreram desde o início da ofensiva israelense, em 8 de julho, 70% deles civis, segundo a ONU.

Do lado israelense, 68 pessoas morreram, sendo 64 soldados.

O Estado de Israel afirma que deseja garantir a segurança dos civis israelenses frente aos disparos de foguetes a partir de Gaza, enquanto o Hamas exige o fim do bloqueio ao território palestino para concordar com uma trégua.

"Tenham cuidado"


Centenas de crianças e adolescentes morreram desde 8 de julho, mas na sexta-feira foi registrada a primeira morte de uma criança do lado de Israel, em um ataque com foguetes a partir de Gaza.

O menino morreu em casa, na área de Sdot Negev, ao leste da Faixa de Gaza.

Um porta-voz do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu advertiu que o "Hamas pagará um preço alto pelo ataque".

"O Exército e os serviços de inteligência intensificarão as operações até alcançarem o objetivo da operação militar", completou.

Ao mesmo tempo que bombardeava o território, o Exército israelense lançou panfletos e enviou mensagens de texto por telefone para advertir a população de Gaza que permaneça "a uma certa distância de qualquer lugar onde atuem as organizações terroristas".

"Qualquer casa considerada suspeita será transformada em alvo. A campanha das Forças Armadas de Israel não terminou. Tenham cuidado", afirmam os panfletos.

Neste contexto, o Egito convidou as "partes interessadas a aceitar um cessar-fogo de duração ilimitada e a retomar as negociações indiretas no Cairo", suspensas desde a retomada dos ataques na terça-feira, após nove dias de cessar-fogo provisório.

O Egito, que atua como mediador, "convidará" as delegações palestina e israelense "a retomar as negociações para negociar sobre uma trégua duradoura", afirmou o presidente palestino, Mahmud Abbas, após uma reunião com o presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sissi.

"O que nos interessa agora é acabar com o banho de sangue", afirmou Abbas.

Enquanto isso, o Hamas anunciou que assinou a proposta de Abbas sobre uma adesão dos palestinos ao Tribunal Penal Internacional (TPI), levando em consideração o que poderiam exigir de Israel.

Na sexta-feira, o movimento islamita executou 18 pessoas acusadas de colaborar com o Estado hebreu.

As execuções foram cometidas um dia depois das mortes de três comandantes militares do Hamas em ataques israelenses na Faixa de Gaza.