Agência France-Presse
postado em 24/08/2014 17:02
Abuja - Os médicos dos hospitais públicos da Nigéria anunciaram neste domingo que voltarão ao trabalho, depois de dois meses de greve, para ajudar a combater a epidemia do vírus Ebola. O sindicato da categoria, a Associação Médica Nacional, vinha sendo bastante pressionado nesse sentido. Cinco pessoas infectadas pelo vírus já morreram no país desde 25 de julho.[SAIBAMAIS]"Todos os médicos e os dentistas foram convocados a retomar o trabalho na segunda-feira, 25 de agosto, às 8h", segundo um comunicado do sindicato, cujos representantes se reuniram de emergência neste fim de semana. A Nigéria já registrou 15 casos confirmados de Ebola, incluindo os cinco óbitos, e mais de 200 pessoas foram colocadas sob vigilância por terem tido contato com infectados.
"A greve foi suspensa no interesse da urgência nacional", em particular, por causa da "ameaça de epidemia do vírus Ebola", completou o comunicado. Até agora, são os médicos do setor privado que vêm se ocupando dos casos de Ebola, apoiados por especialistas americanos do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) e por agentes da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Se a epidemia continuar a avançar no país mais populoso da África, com 170 milhões de habitantes, é indispensável que os hospitais públicos estejam em condições de cuidar dos doentes. A greve foi convocada em 1; de julho pela Associação Médica Nacional para reivindicar melhores salários e melhores condições de trabalho. O sindicato garantiu que as negociações com o governo federal vão continuar apesar da suspensão da greve.