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Líder separatista ameaça não pagar parte da dívida da Escócia

Salmond deu essas declarações no segundo e último debate com o líder da campanha unionista

Agência France-Presse
postado em 25/08/2014 21:21
Londres - O líder nacionalista escocês Alex Salmond ameaçou nesta segunda-feira não pagar a parte da dívida do Reino Unido que corresponde à Escócia, caso ganhe o referendo de independência e não seja mais permitido que o país continue usando a libra esterlina. "Se forem ficar com todos os bens do Reino Unido, então que fiquem com todas as dívidas", disse Alex Salmond, chefe do governo regional e líder do SNP (Partido Nacional Escocês).

Salmond deu essas declarações no segundo e último debate com o líder da campanha unionista, Alistair Darling, antes do referendo de independência previsto para 18 de setembro. O debate aconteceu em Glasgow, na galeria de arte Kelvingrove, um dia antes do início da votação pelo correio, e esteve novamente dominado pelos aspectos econômicos do futuro da Escócia, dentro ou fora do Reino Unido.

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Se vencerem o referendo de 19 de setembro, os independentistas querem continuar usando a libra esterlina e ter participação na instituição responsável pela política monetária, no Banco da Inglaterra, em uma união monetária similar à zona do euro. No entanto, políticos dos três principais partidos britânicos -conservadores, trabalhistas e liberais- se comprometeram a impedir as negociações que se seguiriam à vitória do "sim" no referendo.

[SAIBAMAIS]"A Escócia deve ser um país independente? Sim-Não". Cerca de quatro milhões de eleitores - todos os residentes legais na região com mais de 16 anos, mesmo que sejam britânicos de outras regiões ou europeus - terão a oportunidade de se pronunciar sobre a saída do Reino Unido.

Desde que o referendo foi convocado, há dois anos, as pesquisas apontam que os eleitores têm se mostrado indiferentes e alheios à campanha, com uma vantagem confortável de 14 pontos aos partidários da permanência do Reino Unido. "Ninguém governará este país melhor do que quem vive e trabalha na Escócia", disse Salmond. "São os nossos tempos, é o nosso momento, nos deixem vivê-lo".

Para Darling, a secessão do Reino Unido, formado desde 1707 por Inglaterra, Escócia, Gales e Irlanda do Norte, é uma aposta muito arriscada. "Salmond nos pede que a gente acredite em sua palavra em qualquer tema. Não tem um plano B para nada. Confiar em tudo o que ele diz? Desculpe, mas não posso".

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