Agência France-Presse
postado em 29/08/2014 15:12
Ancara - O novo primeiro-ministro turco Ahmet Davutoglu apresentou nesta sexta-feira (29/8) a composição de seu governo, no qual Mevlut Cavusoglu o substituirá na pasta das Relações Exteriores.
No novo governo de 26 membros, formado por homens fieis ao presidente Recep Tayyip Erdogan, que assumiu suas funções na véspera, permanecerá a totalidade da equipe econômica, o que satisfaz os mercados financeiros.
Cavusoglu, 56 anos, ex-ministro dos Assuntos Europeus, continuará com a "política estrangeira neotomana" elaborada por Davutoglu em 2009, apesar das críticas recebidas pelos fracassos na Síria e Egito.
Mas, para alguns observadores, Cavusoglu, ligado ao presidente Erdogan, dará uma abordagem mais pró-europeia e pró-americana. "Nosso caminho para a União Europeia (UE), que é nosso objetivo estratégico, continuará com determinação", declarou Erdogan ao assumir a presidência substituindo Abdullah Gul.
Cavusoglu corroborou neste sentido, dizendo estar determinado a reativar o processo de adesão à UE. Outras figuras relevantes do novo governo serão o vice-primeiro-ministro encarregado da Economia, Ali Babacan, e seu colega das Finanças, Mehmet Simsek, que contam com o apoio do empresariado e dos meios financeiros, preocupados com a independência do Banco Central da Turquia.
No ministério da Economia, foi confirmado Nihat Zeybecki, ligado ao presidente e que exige uma queda das taxas de juros para proteger o crescimento econômico.
Entre os quatro novos ministros do governo, figuram dois amigos íntimos de Erdogan: Yalcçin Adkogan, nomeado vice-primeiro-ministro, e Numan Kurulmus, influente dirigente do governante Partido Justiça e Desenvolvido (AKP). A única mulher do atual governo, Aysenur Islam, conserva a pasta da Família e Polícia Social.
O governo de Davutoglu apresentará seu programa ao Parlamento na próxima segunda-feira. Durante a semana haverá um debate parlamentar e um voto de confiança.
Davutoglu seguirá aplicando a mesma política implementada por Erdogan desde 2003. Erdogan, que foi eleito presidente com 52% dos votos em 10 de agosto, manifestou sua vontade de reformar a Constituição em um sentido presidencial.Para cumprir com esse objetivo, Erdogan precisa que o ADP obtenha uma ampla vitória nas eleições legislativas de junho de 2015.
Para reformar a Constituição ele precisa do apoio de dois terços dos deputados, 367 de um total de 550. Atualmente, o bloco parlamentar do AKP conta com 313 deputados. A oposição, contrária à reforma constitucional, diz que o projeto de Erdogan é uma nova prova de suas ambições "autocráticas".
Erdogan jurou solenemente respeitar "a Constituição, a supremacia do Direito, a democracia, os princípios e reformas de Ataturk e os princípios da República laica".
Os defensores do regime laico criado por Mustafá Kemal Ataturk depois da queda do Império Otomano acusam-no de trair seu legado. Erdogan garante que a transformação de seu país em uma potência regional teria sido aprovada pelo pai da Turquia moderna. "Sou o primeiro presidente eleito por sufrágio universal na História do nosso país", destacou Erdogan em seu discurso.
Os representantes do opositor Partido Republicano do Povo (CHP) se negaram a ouvir Erdogan e abandonaram a Casa antes de seu discurso, por considerar "inconstitucional" que ele se negue a abandonar o cargo de primeiro-ministro imediatamente depois de vencer as eleições. Erdogan, o político mais popular do país desde a época de Ataturk, não esconde sua intenção de continuar dirigindo a Turquia até 2023, data do centenário da instauração da República.
No novo governo de 26 membros, formado por homens fieis ao presidente Recep Tayyip Erdogan, que assumiu suas funções na véspera, permanecerá a totalidade da equipe econômica, o que satisfaz os mercados financeiros.
Cavusoglu, 56 anos, ex-ministro dos Assuntos Europeus, continuará com a "política estrangeira neotomana" elaborada por Davutoglu em 2009, apesar das críticas recebidas pelos fracassos na Síria e Egito.
Mas, para alguns observadores, Cavusoglu, ligado ao presidente Erdogan, dará uma abordagem mais pró-europeia e pró-americana. "Nosso caminho para a União Europeia (UE), que é nosso objetivo estratégico, continuará com determinação", declarou Erdogan ao assumir a presidência substituindo Abdullah Gul.
Cavusoglu corroborou neste sentido, dizendo estar determinado a reativar o processo de adesão à UE. Outras figuras relevantes do novo governo serão o vice-primeiro-ministro encarregado da Economia, Ali Babacan, e seu colega das Finanças, Mehmet Simsek, que contam com o apoio do empresariado e dos meios financeiros, preocupados com a independência do Banco Central da Turquia.
No ministério da Economia, foi confirmado Nihat Zeybecki, ligado ao presidente e que exige uma queda das taxas de juros para proteger o crescimento econômico.
Entre os quatro novos ministros do governo, figuram dois amigos íntimos de Erdogan: Yalcçin Adkogan, nomeado vice-primeiro-ministro, e Numan Kurulmus, influente dirigente do governante Partido Justiça e Desenvolvido (AKP). A única mulher do atual governo, Aysenur Islam, conserva a pasta da Família e Polícia Social.
O governo de Davutoglu apresentará seu programa ao Parlamento na próxima segunda-feira. Durante a semana haverá um debate parlamentar e um voto de confiança.
Davutoglu seguirá aplicando a mesma política implementada por Erdogan desde 2003. Erdogan, que foi eleito presidente com 52% dos votos em 10 de agosto, manifestou sua vontade de reformar a Constituição em um sentido presidencial.Para cumprir com esse objetivo, Erdogan precisa que o ADP obtenha uma ampla vitória nas eleições legislativas de junho de 2015.
Para reformar a Constituição ele precisa do apoio de dois terços dos deputados, 367 de um total de 550. Atualmente, o bloco parlamentar do AKP conta com 313 deputados. A oposição, contrária à reforma constitucional, diz que o projeto de Erdogan é uma nova prova de suas ambições "autocráticas".
Erdogan jurou solenemente respeitar "a Constituição, a supremacia do Direito, a democracia, os princípios e reformas de Ataturk e os princípios da República laica".
Os defensores do regime laico criado por Mustafá Kemal Ataturk depois da queda do Império Otomano acusam-no de trair seu legado. Erdogan garante que a transformação de seu país em uma potência regional teria sido aprovada pelo pai da Turquia moderna. "Sou o primeiro presidente eleito por sufrágio universal na História do nosso país", destacou Erdogan em seu discurso.
Os representantes do opositor Partido Republicano do Povo (CHP) se negaram a ouvir Erdogan e abandonaram a Casa antes de seu discurso, por considerar "inconstitucional" que ele se negue a abandonar o cargo de primeiro-ministro imediatamente depois de vencer as eleições. Erdogan, o político mais popular do país desde a época de Ataturk, não esconde sua intenção de continuar dirigindo a Turquia até 2023, data do centenário da instauração da República.