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Londres aponta Estado Islâmico como principal inimigo e reforça segurança

David Cameron, primeiro ministro britânico, disse que o Estado Islâmico é a maior ameaça já enfrentada pelo Reino Unido

Agência France-Presse
postado em 29/08/2014 16:38
David Cameron, afirmou que o Estado Islâmico é a maior ameaça já enfrentada pelo Reino Unido

Londres -
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse nesta sexta-feira (29/8) que o Estado Islâmico é a maior ameaça já enfrentada pelo Reino Unido, pouco depois de elevar o grau de ameaça terrorista de "substancial" a "severo".

Isso significa que a realização de atentados em território britânico é altamente provável - segundo esta escala de segurança que consta de cinco graus e que volta ao segundo nível de periculosidade pela primeira vez desde julho de 2011 -, embora as autoridades não tenham nenhum plano concreto.

Em uma coletiva de imprensa em sua residência de Downing Street, Cameron anunciou o endurecimento das leis antiterroristas, um projeto do qual informará na segunda-feira (25/8) ao Parlamento. Trata-se de enfrentar o Estado Islâmico, disse, uma "ameaça maior à segurança que qualquer uma das que foram vistas até agora".

"A brutalidade do Estado Islâmico na Síria e no Iraque é uma ameaça direta ao Reino Unido", sustentou. "Poderíamos acabar enfrentando um Estado terrorista na margem do Mediterrâneo e fronteiriço com um membro da Otan (Turquia)", advertiu.

A decapitação do jornalista americano James Foley pelas mãos de um jihadista de sotaque inglês "é uma prova clara, e não precisamos de muitas outras, de que este não é um problema distante, a milhares de quilômetros daqui, que podemos escolher ignorar". "Estamos no meio de uma luta geracional contra uma ideologia venenosa e extremista que pode se estender por décadas", considerou.

O primeiro-ministro estimou em 500 os britânicos que viajaram para Iraque e Síria para combater nas fileiras jihadistas e voltou a expressar seu temor de que queiram continuar com sua luta ao voltar para casa.

A coletiva de imprensa de Cameron foi precedida pelo anúncio das autoridades, que elevaram de "substancial" a "severo" o grau de ameaça à segurança, o que significa que é altamente provável que ocorram atentados.

A ministra do Interior, Theresa May, esclareceu que não tem nenhuma informação sobre algum atentado terrorista iminente, mas justificou a decisão "pelos acontecimentos na Síria e no Iraque, onde grupos terroristas estão planejando atentados no Ocidente".

Mark Rowley, um funcionário da luta contra-terrorista, pediu que os cidadãos fiquem atentos e disse que mais forças de segurança estarão nas ruas. "A partir desta tarde começaremos a aumentar nossas patrulhas visíveis e colocaremos em andamento outras medidas de segurança e proteção. Também intensificaremos nossas relações comunitárias (com a comunidade muçulmana) com o objetivo de buscar seu apoio e ajuda para manter o Reino Unido a salvo".

Os Estados Unidos, por sua vez, informaram que não têm planos para aumentar seu nível de alerta."Não antecipo neste momento que exista um plano para mudar este nível", disse o porta-voz da Casa Branca Josh Earnest, quando foi perguntado se Washington planejava emitir um alerta similar para os americanos sobre a ameaça de eventuais operações do EI.

Atualmente nos Estados Unidos os alertas contra ameaças terroristas são emitidos caso a caso pelo departamento de Segurança Interior (DHS, em inglês) e não há alertas em vigor. Earnest afirmou que funcionários de alto escalão da segurança nacional americana estão em contato direto com seus colegas britânicos sobre o tema.



O secretário de Segurança Interior, Jeh Johnson, disse que até o momento o DHS e o FBI "não estão cientes de nenhuma ameaça específica crível aos Estados Unidos por parte do ISIL".

No entanto, nas últimas semanas autoridades da segurança nacional colocaram em prática novas medidas de proteção no setor da aviação e em outras áreas para enfrentar eventuais ameaças, disse Johnson.

"Algumas destas medidas de segurança serão visíveis e outras compreensivelmente não o serão", acrescentou.

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