Agência France-Presse
postado em 31/08/2014 17:30
GAZA - Após a guerra entre Israel e o movimento islamita palestino Hamas, centenas de palestinos da Faixa de Gaza, como Ahmed Ayad, têm agora que aprender a viver sem um dos membros, numa região em que o sistema de saúde também enfrenta as sequelas do conflito.
Na sala de espera do único centro protético de Gaza, Ahmed Ayad, 23, lembra daquele 20 de julho quando estilhaços de um obus deceparam seu braço, atingiram seu peito e mataram quatro pessoas próximas, entre elas dois sobrinhos.
Ayad morava em um bairro localizado na fronteira com Israel, um dos mais bombardeados.
"Fui atingido na mão, na perna e no peito. Havia membros espalhados por toda parte, gente que perdeu os braços ou pernas", lembra.
Na Cisjordânia, para onde foi levado com outros feridos após a aprovação de Israel, seu braço foi amputado. Ao contrário dos feridos internados em Jordânia, Egito ou Turquia, o jovem voltou para casa 14 dias depois.
Segundo as Nações Unidas, mil dos mais de 10 mil feridos na guerra terão uma incapacidade permanente.
- "É isso, vamos morrer" -
Embora o Centro Protético de Gaza disponha das próteses necessárias, as contas estão no vermelho, e não está claro se os 25 funcionários poderão continuar trabalhando, indicou o diretor, Hazem Shawa.
"Os empregados não recebem há três meses, apesar de termos decidido que continuaríamos atendendo pelo máximo de tempo possível, embora os salários não estejam sendo pagos", assinalou.
A Faixa de Gaza sofre pressão econômica por causa do bloqueio imposto há anos por Israel. As organizações humanitárias intensificaram a ajuda aos feridos após o cessar-fogo declarado na última terça-feira.
Nahaya al-Angar, 28, beneficia-se, no mesmo bairro, dos cuidados médicos proporcionados pela Handicap International, que trabalha na região desde 2007.
Na sala de espera do único centro protético de Gaza, Ahmed Ayad, 23, lembra daquele 20 de julho quando estilhaços de um obus deceparam seu braço, atingiram seu peito e mataram quatro pessoas próximas, entre elas dois sobrinhos.
Ayad morava em um bairro localizado na fronteira com Israel, um dos mais bombardeados.
"Fui atingido na mão, na perna e no peito. Havia membros espalhados por toda parte, gente que perdeu os braços ou pernas", lembra.
Na Cisjordânia, para onde foi levado com outros feridos após a aprovação de Israel, seu braço foi amputado. Ao contrário dos feridos internados em Jordânia, Egito ou Turquia, o jovem voltou para casa 14 dias depois.
Segundo as Nações Unidas, mil dos mais de 10 mil feridos na guerra terão uma incapacidade permanente.
- "É isso, vamos morrer" -
Embora o Centro Protético de Gaza disponha das próteses necessárias, as contas estão no vermelho, e não está claro se os 25 funcionários poderão continuar trabalhando, indicou o diretor, Hazem Shawa.
"Os empregados não recebem há três meses, apesar de termos decidido que continuaríamos atendendo pelo máximo de tempo possível, embora os salários não estejam sendo pagos", assinalou.
A Faixa de Gaza sofre pressão econômica por causa do bloqueio imposto há anos por Israel. As organizações humanitárias intensificaram a ajuda aos feridos após o cessar-fogo declarado na última terça-feira.
Nahaya al-Angar, 28, beneficia-se, no mesmo bairro, dos cuidados médicos proporcionados pela Handicap International, que trabalha na região desde 2007.
Nahaya e os três filhos ficaram sob escombros em 20 de julho, quando uma bomba atingiu sua casa. Ela teve fraturas na bacia que a impedem de caminhar sem ajuda, e os filhos sofreram queimaduras.
"A casa desabou sobre nós. Quando percebi que estava sob escombros, pensei: ;É isso, vamos morrer;", conta, em uma cama na casa de seu pai, e lembra que gritou com todas as forças para que vizinhos resgatassem seus filhos.
A Handicap International e seus parceiros na Faixa de Gaza também têm que lutar para realizar sua missão, assinala a diretora de projetos Samah Abu Lamzy, afirmando que os funcionários humanitários não escaparam das consequências da guerra, que matou 2.143 palestinos, a maioria civis.
Segundo Samah, as equipes "não receberam o apoio psicológico necessário após seu sofrimento nos mais de 50 dias de conflito".
"A casa desabou sobre nós. Quando percebi que estava sob escombros, pensei: ;É isso, vamos morrer;", conta, em uma cama na casa de seu pai, e lembra que gritou com todas as forças para que vizinhos resgatassem seus filhos.
A Handicap International e seus parceiros na Faixa de Gaza também têm que lutar para realizar sua missão, assinala a diretora de projetos Samah Abu Lamzy, afirmando que os funcionários humanitários não escaparam das consequências da guerra, que matou 2.143 palestinos, a maioria civis.
Segundo Samah, as equipes "não receberam o apoio psicológico necessário após seu sofrimento nos mais de 50 dias de conflito".