postado em 01/09/2014 06:30
A fase legislativa do processo de reformas anunciado pelo presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, foi concluída neste mês, aumentando a expectativa sobre as mudanças prometidas pelo governo ; que, após 20 meses, começam a sair do papel. O entusiasmo em torno dos projetos, que anunciam amplas transformações em diversos aspectos políticos, sociais e econômicos, é grande no exterior, mas as medidas parecem não convencer o eleitorado doméstico. No ano passado, durante a Cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), Peña Nieto declarou estar consciente do custo político com que teria de arcar. Uma pesquisa divulgada na última semana coloca em números o preço a pagar: de acordo com um levantamento do instituto americano Pew Research Center, 48% dos mexicanos têm uma imagem desfavorável do presidente, total que aumentou nove pontos desde 2013.
Com a aprovação interna em queda, o governo tem o desafio de colocar as reformas em prática e assegurar que os benefícios cheguem, de fato, a toda a população. Analistas projetam para longo prazo a diminuição de problemas como crime organizado, violência e corrupção, o que pode levar décadas para se consolidar. Algumas conquistas políticas, no entanto, são inegáveis.
Depois de 20 anos na oposição, o Partido Revolucionário Institucional (PRI), que antes governara o país por sete décadas, retornou ao poder no fim de 2012, com Peña Nieto, e conseguiu um grande feito ao unir as principais forças políticas para impulsionar as reformas, batizadas de Pactos pelo México. Apesar de protestos, reclamações e algumas rupturas, o presidente conseguiu a aprovação das propostas, muitas das quais exigiram mudanças constitucionais. ;O país deu aos vizinhos do norte uma lição de governança não partidária;, destacou a revista americana The Economist, referindo-se ao impasse no Congresso dos Estados Unidos em torno de projetos do presidente Barack Obama.
Enquanto reformas econômicas estão no centro das mudanças, a queda no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), com previsão de 2,4% neste ano, influencia a resistência interna. ;Acontece no México, nos EUA, em todos os lugares. O nível de satisfação da população tem muito a ver com o bolso, com o modo como estão se saindo economicamente;, destaca o cientista político da Universidade de San Diego David Shirk, diretor do projeto Justiça no México.
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