Agência France-Presse
postado em 01/09/2014 12:13
Bengasi - O chefe de Governo da Líbia, Abdallah al-Theni, recebeu nesta segunda-feira (1;/9) do Parlamento a missão de formar um novo Executivo restrito, apesar das autoridades não terem o controle real do país, nas mãos das milícias. Segundo a agência oficial Lana, a maioria do Parlamento, eleito em 25 de junho e reconhecido pela comunidade internacional, votou em Tobruk (leste do país) a favor da permanência de Al-Theni - que na quinta-feira passada apresentou a renúncia do governo provisório.Al-Theni recebeu a missão de formar um governo de 18 integrantes, quando o atual conta com 30. Mas o governo líbio demissionário, refugiado no leste do país, reconheceu nesta segunda-feira que milícias armadas controlam as sedes dos ministérios e dos serviços públicos na capital, Trípoli. As milícias impõem sua lei na Líbia ante as autoridades que não conseguem restaurar a ordem desde a queda do regime de Muamar Khadafi em 2011, após oito meses de rebelião armada.
Em um comunicado, o governo demissionário de Al-Theni afirma que as milícias impedem, sob ameaças, o funcionamento dos serviços do Estado na capital. O gabinete é responsável por lidar com os assuntos correntes, depois de anunciar a renúncia ante o Parlamento, que também tem a sede no leste do país para escapar do cerco das milícias armadas. "As sedes dos ministérios e dos serviços do Estado em Trípoli estão ocupadas por milicianos armados que impedem o acesso dos funcionários e ameaçam as pessoas", afirma um comunicado do gabinete.
O governo demissionário "tenta garantir de longe a continuidade dos serviços, mantendo contato com as autoridades", completa a nota. Al-Theni acusou em 25 de agosto os milicianos do grupo "Fajr Libya", procedentes em sua maioria da cidade de Misrata (ao leste da capital), pelo incêndio e saque de sua residência ao sul de Trípoli, depois que tomaram o aeroporto da capital aos milicianos rivais de Zenten (oeste). O "Fajr Libya", integrado por facções islamitas que desejam formar um governo paralelo em Trípoli, foi chamado de "terrorista" pelo Parlamento.