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Presidente da Rússia anuncia construção de gasoduto até a China

Gasoduto terá 3.968 quilômetros e uma capacidade prevista de 61 bilhões de metros cúbicos



O contrato entre ambos países tem validade de 30 anos, com entregas de 38 bilhões de metros cúbicos por ano a partir de 2018 e por um valor estimado de 400 bilhões de dólares neste período. "A China começará a construir sua parte do gasoduto na primeira metade de 2015 com o objetivo de começar a explorá-lo em 2018", disse Gaoli.

Atualmente as exportações de gás russo se dirigem principalmente aos países da antiga União Soviética e à União Europeia. A Gazprom, operadora russa de gás, quer ampliar sua presença na Ásia graças a este gasoduto e à construção de uma fábrica de gás liquefeito em Vladivostok.

O presidente da Gazprom, Alexei Miller, disse a agências de notícias russas que espera assinar em novembro outro contrato com Pequim para construir outro gasoduto mais a oeste.

Segundo Valeri Nesterov, analista do Sberbank CIB, o novo gasoduto "permitirá estabilizar a situação financeira da Gazprom, ameaçada pelo aumento da concorrência e, em consequência disso, pela queda de preços".

O acordo com a China corresponde ao objetivo de longo prazo da Rússia de redirecionar para a Ásia seu comércio exterior, até agora voltado principalmente para a Europa.

Este objetivo russo ganhou força nos últimos meses, com a grave situação na Ucrânia, que provocou a maior crise entre a Rússia e o Ocidente desde a Guerra Fria.

Moscou também espera que o novo gasoduto, que envolve grandes investimentos, sirva para lutar contra a recessão da economia russa, provocada pela situação na Ucrânia, e pelas sanções econômicas, cada vez mais severas.