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Falta de alimentos nos países afetados por vírus ebola preocupa ONU

A doença causou escassez de mão de obra e interrupção do comércio entre fronteiras nos países da África ocidental

Dacar - A ONU alertou nesta terça-feira (2/9) para o risco de escassez de alimentos em três países africanos afetados pelo ebola como consequência da restrição do comércio transfronteiriço e das importações. "O acesso à comida se converteu em uma preocupação urgente para muitas pessoas em três dos países afetados e seus vizinhos", Guiné, Libéria e Serra Leoa, disse Bukar Tijani, representante regional da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) para a África.



Na Libéria, um dos países mais afetados pelo ebola que deixou até agora 694 mortos, o preço da mandioca nos mercados de Monróvia, a capital, subiu 150% nas primeiras semanas de agosto, indicou a FAO. Para enfrentar a situação, o Programa Mundial de Alimentos (PAM) lançou uma operação regional de emergência para reunir 65 mil toneladas de comida para 1,3 milhão de pessoas nas áreas mais afetadas.

Por sua vez, a União do Rio Mano (MRU), uma organização regional que reúne os três países, também alerta para a escassez de alimentos. "Temos que começar a nos ocupar seriamente do problema da segurança alimentar porque a primeira colheita já se perdeu, em particular no leste (de Serra Leoa), onde várias cidades estão em quarentena", disse Lynda Koroma, secretária-geral adjunta da organização, em uma rede de televisão.

O surto de ebola, um vírus que se transmite por contato com fluidos corporais infectados, colocou em estado de alerta o oeste da África e todo o mundo e levou algumas companhias aéreas a restringir os voos aos países afetados.