Agência France-Presse
postado em 02/09/2014 08:32
Hong Kong - A polícia de Hong Kong prendeu pelo menos 22 manifestantes pró-democracia durante protestos contra um dirigente chinês que visitava a ex-colônia britânica. Os ativistas iniciaram no domingo (31/8) uma campanha de "desobediência civil" em resposta ao veto de Pequim ao sufrágio universal sem limites nas próximas eleições.Em cenas inimagináveis em outras partes da China, Li Fei, vice-presidente da comissão legislativa da Assembleia Nacional, foi vaiado na segunda-feira durante uma visita e pressionado pelos parlamentares durante um discurso. Li está em Hong Kong para defender a polêmica decisão do governo chinês de manter sob seu controle a nomeação de candidatos ao cargo de chefe de Governo local na eleição de 2017.
[SAIBAMAIS]Até agora, o chefe de Governo era escolhido por um comitê eleitores designado pela China. Pequim aceitou o sufrágio universal com a condição de indicar os candidatos, o que é rejeitado pelos ativistas. A polícia prende 19 manifestantes na segunda-feira perto do hotel Grand Hyatt, onde Li está hospedado. Dezoito foram detidos por "reunião ilegal" e um por obstruir um agente.
A polícia usou gás lacrimogêneo em um centro de convenções onde Li discursou, em meio a interrupções dos manifestantes e parlamentares pró-democracia. Três pessoas foram detidas por desordem pública. Desde a devolução de Hong Kong a China em 1997, a população tem um sistema judicial e político distinto, assim como uma liberdade de expressão desconhecida no continente. Mas os moradores temem que Pequim exerça um controle cada vez maior sobre os temas do território.