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Movimento pró-democracia de Hong Kong admite que China não cederá

"Estamos obrigados a admitir que, nas circunstâncias atuais, é bastante irreal pensar que nossa ação mudará a decisão tomada por Pequim", declarou à AFP Kin-Man Chan, cofundador do Occupy Central

Honk Kong - O movimento pró-democracia de Hong Kong, Occupy Central, admitiu nesta terça-feira (2/9) que não existe possibilidade do governo da China ceder e ampliar as liberdades eleitorais na ex-colônia britânica, mas pretende prosseguir com os protestos.

"Estamos obrigados a admitir que, nas circunstâncias atuais, é bastante irreal pensar que nossa ação mudará a decisão tomada por Pequim", declarou à AFP Kin-Man Chan, cofundador do Occupy Central.

Como temiam os ativistas pró-democracia de Hong Kong, a China anunciou no domingo que o futuro chefe de Governo da ilha será eleito por sufrágio universal a partir de 2017, mas que apenas dois ou três candidatos selecionados por um comitê poderiam disputar as eleições.

As restrições são consideradas inaceitáveis pelos militantes pró-democracia, que acusam Pequim de traição. Os ativistas iniciaram no domingo uma campanha de "desobediência civil" em resposta à decisão de Pequim.



Os organizadores do movimento ameaçam há vários meses paralisar as principais avenidas de Central, o bairro de negócios de Hong Kong, para pressionar o Partido Comunista da China (PCC).

Para entrar em vigor, a reforma eleitoral ainda deve obter a aprovação de dois terços do Parlamento de Hong Kong. Pelo menos 25 deputados (de um total de 70) anunciaram que votariam contra.

Desde a devolução de Hong Kong a China em 1997, a população tem um sistema judicial e político distinto, assim como uma liberdade de expressão desconhecida no continente. Mas os moradores temem que Pequim exerça um controle cada vez maior sobre os temas do território.