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EUA querem criar frente internacional contra radicais do Estado Islâmico

Casa Branca disse ainda que vai abordar a ameaça jihadista com os aliados da Otan com o objetivo de formar uma coalizão internacional para estabelecer uma estratégia



A Casa Branca disse ainda que vai abordar a ameaça jihadista com os aliados da Otan com o objetivo de "formar uma coalizão internacional para estabelecer uma estratégia" e que continuará apoiando o Iraque em sua luta contra o EI.

Neste contexto, a União Europeia disse que está "mais comprometida do que nunca em apoiar os esforços internacionais na luta contra o Estado Islâmico". A França mencionou, inclusive, a possibilidade de uma resposta militar. Em nota, o presidente francês, François Hollande, ressaltou "a importância de uma resposta política, humanitária e, se for necessário, militar, em respeito ao Direito Internacional" para lutar contra o EI.

Depois da divulgação do vídeo que mostra a execução do jornalista Steven Sotloff, Washington anunciou o envio de mais 350 soldados para o Iraque. Os Estados Unidos iniciaram uma ofensiva aérea contra os jihadistas nesse país no dia 8 de agosto.

Esses soldados se juntam aos 470 militares mobilizados no país devido ao avanço desse movimento no Iraque em 9 de junho. Desde então, forças iraquianas e curdas conseguiram retomar dos jihadistas várias zonas ao norte de Bagdá, entre elas a cidade de Amerli. Por dois meses, essa localidade ficou cercada pelo EI.

;Mensagem aos Estados Unidos;

Ao executar Sotloff, o EI cumpriu a ameaça feita há pouco mais de três semanas em um outro vídeo, que mostrou a decapitação do também jornalista americano James Foley. Nessa nova gravação, o EI promete matar um terceiro refém, o britânico David Cawthorne Haines.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, classificou o vídeo com a decapitação de Sotloff de "asqueroso" e reuniu seu governo em uma sessão de emergência. Londres já anunciou que examinará "qualquer opção possível para proteger essa pessoa".

Sotloff, de 31 anos, teria sido sequestrado na Síria em agosto de 2013. Ele trabalhava para as revistas "Time" e "World Affairs".

No vídeo intitulado "Segunda mensagem aos Estados Unidos", o repórter fala olhando para a câmera e diz ser vítima da decisão de Obama de realizar ataques aéreos contra os jihadistas no Iraque. Com sotaque britânico, o carrasco do jornalista se volta depois para David Haines e ameaça executá-lo.

A gravação é muito parecida com a divulgada em 19 de agosto e que mostra a decapitação de James Foley, de 40 anos, sequestrado em 2012 na Síria.

A organização de defesa dos Direitos Humanos Human Rights Watch afirma que os jihadistas do EI já executaram mais de 500 prisioneiros, possivelmente soldados iraquianos.