Agência France-Presse
postado em 04/09/2014 12:13
Montevidéu - Os seis presos de Guantánamo que chegarão ao Uruguai nos próximos meses acertaram com o governo residir por ao menos dois anos no país e respeitar as normas e leis nacionais, afirmou nesta quinta-feira (4/9) o semanário local Búsqueda.Os prisioneiros "assinaram um documento no qual se comprometem a cumprir determinadas cláusulas estabelecidas pelo Uruguai", indicou o semanário. "O acordo detalha que deverão residir por ao menos dois anos no Uruguai - embora possam viajar ao exterior - e respeitar e viver de acordo com as normas e leis nacionais", acrescentou o Búsqueda, citando fontes do Poder Executivo.
O governo também acordou com a Cruz Vermelha que esta será a encarregada de identificar e transferir as famílias dos prisioneiros ao Uruguai quando eles já estiverem instalados, acrescentou.
Segundo o semanário, os detidos terão garantido o acesso à saúde e à educação, mas "o Estado não os manterá economicamente, limitando-se a facilitar seu reassentamento no país".
Acrescentou que dois dos detidos já têm um trabalho garantido quando chegarem ao país, um na construção e outro no campo. A transferência dos presos ao Uruguai foi anunciada em março pelo presidente José Mujica e confirmada em maio no âmbito de uma visita a Obama na Casa Branca.
Na última terça-feira, Mujica disse que o acordo para a chegada dos reclusos não está concluído, um dia após o New York Times indicar que em agosto os Estados Unidos estavam prontos para transferir os prisioneiros, mas quando tudo estava preparado para a transferência "Mujica se preocupou de que seria politicamente arriscado seguir adiante devido às eleições iminentes em seu país".
Mujica enfatizou na terça-feira que os prisioneiros, que chegariam na qualidade de refugiados, viajarão quando ele determinar.