Agência France-Presse
postado em 05/09/2014 19:34
Washington - O chefe dos radicais islâmicos shebab, Ahmed Abdi "Godan", morreu em um ataque aéreo do Exército americano na segunda-feira (1/9) passada, anunciou a Casa Branca nesta sexta-feira (5/9).
A morte de Godan "é uma perda maior do ponto de vista simbólico e operacional para a mais importante das facções da Al-Qaeda", enfatiza o comunicado do governo Barack Obama.
A Casa Branca ressaltou que a operação foi "o resultado de anos de trabalho dos serviços de inteligência, do Exército e das forças de ordem".
A operação, realizada pelas forças especiais americanas com a ajuda de drones, aconteceu na segunda-feira (1/9) às 15h20 GMT (12h20 de Brasília) e seu alvo era uma reunião de lideranças shebab com a participação de "Godan", havia explicado o Pentágono na terça-feira (2/9).
Mísseis Hellfire "destruíram um acampamento e um veículo" ao sul de Mogadíscio, acrescentou, destacando que nenhum soldado americano tinha participado da operação em terra.
"Embora seja um avanço crucial na luta contra os shebab, os Estados Unidos continuarão usando todos os recursos a sua disposição - financeiros, diplomáticos, militares e de inteligência - para enfrentar a ameaça representada pelos shebab e pelos demais grupos terroristas para os Estados Unidos e o povo americano", destacou a Casa Branca.
Obama falou sobre o ataque em Gales depois da cúpula da Otan e destacou os esforços de seu governo para combater outro grupo radical muçulmano: o Estado Islâmico (EI).
"Vamos enfraquecer e, em última instância, derrotar (o EI), da mesma maneira que perseguimos a Al-Qaeda e a filial da Al-Qaeda na Somália", disse Obama.
"Divulgamos hoje o fato de termos matado o líder do Al-Shebab na Somália e trabalhamos constantemente para degradar suas operações", ressaltou Obama.
O presidente somali agradeceu nesta sexta-feita os Estados Unidos pela morte de Godan.
"O governo somali agradece o governo americano e os integrantes das forças de segurança somalis que participaram da operação", declarou em um comunicado o presidente somali, Hassan Sheikh Mohamud, afirmando que nenhum dos shebab atacados sobreviveu.
O presidente somali pediu que os shebab deponham as armas, oferecendo anistia para aqueles que se entregarem nos próximos 45 dias.
"Um dos principais pilares da guerra somali caiu. A juventude somali não tem mais razão de manter a guerra (...)", declarou. O governo dos Estados Unidos chegou a anunciar uma recompensa de sete milhões de dólares por Godan, de 37 anos, que era uma das dez pessoas mais procuradas no mundo por Washington por atividades terroristas.
Godan pertencia ao clã Isaq de Somaliland (norte), estudou no Paquistão e fontes de inteligência acreditam que tenha recebido treinamento de guerra no Afeganistão. Ele era um dos partidários da "jihad mundial".
Desde agosto de 2011, os shebab foram expulsos de Mogadíscio e de grande parte parte de seus redutos do sul e do centro da Somália.
Mas o grupo ainda controla amplas áreas rurais e usa técnicas de guerrilha para assediar Mogadíscio, onde já atacaram a sede da presidência e o Parlamento.