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Somália em alerta por temer atentados após morte de chefe islamita

Depois do anúncio da morte, o presidente somali propôs aos combates que deponham as armas em troca de uma anistas

Agência France-Presse
postado em 06/09/2014 12:13
Mogadíscio - O governo somali alertou neste sábado sobre uma possível onda de atentados dos islamitas shebab, ligados à Al-Qaeda, depois da morte de seu chefe em um bombardeio aéreo dos Estados Unidos.

Depois do anúncio da morte do chefe dos shebab, Ahmed Abdi "Godan", o presidente somali Hassan Sheikh Mohamud propôs aos combates desse grupo que deponham as armas em troca de uma anistas, mas a oferta só valerá pelos próximos 45 dias.

O grupo ainda não fez comentários e o governo teme a preparação de represálias. "Os serviços de segurança receberam informações de que os shebab pretendem realizar ataques desesperados contra o sistema de saúde, os centros educacionais e outras estruturas públicas", declarou o ministro da Segurança Nacional, Kalif Ahmed Ereg.

[SAIBAMAIS]"As forças de segurança estão preparadas contra esses ataques e pedimos que a população nos ajude", acrescentou. A Casa Branca anunciou na sexta-feira que Ahmed Abdi "Godan" morreu em um ataque aéreo do Exército americano na segunda-feira passada.

"A morte de Godan é uma perda maior do ponto de vista simbólico e operacional para a mais importante das facções da Al-Qaeda", enfatizou o comunicado do governo Barack Obama. A Casa Branca ressaltou que a operação foi "o resultado de anos de trabalho dos serviços de inteligência, do Exército e das forças de ordem".

A operação, realizada pelas forças especiais americanas com a ajuda de drones, aconteceu na segunda-feira e seu alvo era uma reunião de lideranças shebab com a participação de "Godan", havia explicado o Pentágono na terça-feira.

Mísseis Hellfire "destruíram um acampamento e um veículo" ao sul de Mogadíscio, acrescentou, destacando que nenhum soldado americano tinha participado da operação em terra.

"Embora seja um avanço crucial na luta contra os shebab, os Estados Unidos continuarão usando todos os recursos a sua disposição - financeiros, diplomáticos, militares e de inteligência - para enfrentar a ameaça representada pelos shebab e pelos demais grupos terroristas para os Estados Unidos e o povo americano", destacou a Casa Branca.

Obama falou sobre o ataque em Gales depois da cúpula da Otan e destacou os esforços de seu governo para combater outro grupo radical muçulmano: o Estado Islâmico (EI). "Vamos enfraquecer e, em última instância, derrotar (o EI), da mesma maneira que perseguimos a Al-Qaeda e a filial da Al-Qaeda na Somália", disse Obama.

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"Divulgamos hoje o fato de termos matado o líder do Al-Shebab na Somália e trabalhamos constantemente para degradar suas operações", ressaltou Obama. O presidente somali agradeceu aos Estados Unidos pela morte de Godan.

"O governo somali agradece o governo americano e os integrantes das forças de segurança somalis que participaram da operação", declarou em um comunicado. O governo dos Estados Unidos chegou a anunciar uma recompensa de sete milhões de dólares por Godan, de 37 anos, que era uma das dez pessoas mais procuradas no mundo por Washington por atividades terroristas.

Godan pertencia ao clã Isaq de Somaliland (norte), estudou no Paquistão e fontes de inteligência acreditam que tenha recebido treinamento de guerra no Afeganistão. Ele era um dos partidários da "jihad mundial".

Desde agosto de 2011, os shebab foram expulsos de Mogadíscio e de grande parte parte de seus redutos do sul e do centro da Somália. Mas o grupo ainda controla amplas áreas rurais e usa técnicas de guerrilha para assediar Mogadíscio, onde já atacaram a sede da presidência e o Parlamento.

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