Agência France-Presse
postado em 08/09/2014 12:14
Bruxelas - Os embaixadores da União Europeia (UE) foram convocados para uma reunião extraordinária em Bruxelas para discutir as modalidades de implementação das sanções contra a Rússia que devem aprovar ainda ainda hoje, informaram fontes diplomáticas."Haverá uma reunião informal de embaixadores para discutir as modalidades para implementar as sanções", afirmou uma das fontes. A reunião deve acontecer aparentemente em função da falta de unanimidade sobre o tema.
Os combates em Mariupol e as reiteradas violações do cessar-fogo em outras partes comprometiam nesta segunda-feira (8/9) a trégua decretada no leste da Ucrânia.
A trégua entre o governo de Kiev e os rebeldes pró-russos anunciada na sexta-feira (5/9) para pôr fim a cinco meses de combates que deixaram 2.600 mortos havia sido acolhida com extrema prudência pelas potências ocidentais e acabou se comprovando frágil.
Alegando que Moscou que mobilizou tropas na região, os 28 estados da União Europeia devem aprovar novas sanções econômicas contra a Rússia, medida que provavelmente entrará em vigor nesta terça-feira (9/9).
A Rússia já advertiu que vai responder a essa novas sanções, proibindo as companhias ocidentais de sobrevoar seu território nos trajetos entre a Europa e a Ásia. As novas sanções deverão principalmente limitar o acesso aos mercados financeiros das companhias russas do setor petrolífero Rosneft e Transneft, assim como da filial petrolífera da Gazprom, indicaram fontes diplomáticas.
Devido ao fato de que estas três companhias têm mais de 50% de seu capital controlado pelo Estado russo, cumprem os critérios definidos para esta nova rodada de sanções econômicas contra a Rússia por seu envolvimento no conflito da Ucrânia, indicou uma fonte.
A UE resolveu em julho aplicar sanções econômicas contra a Rússia depois que um avião de passageiros foi derrubado na Ucrânia.
Em julho, a UE vedou o acesso de entidades públicas russas ao mercado de capitais europeus proibindo a todo cidadão ou empresa comunitária comprar títulos com um prazo superior a 90 dias.
A UE levará agora esta medida a um prazo máximo de 30 dias, limitando, assim, ainda mais o acesso dos bancos públicos russos a capitais.
Segundo Bruxelas, 31,72% do petróleo que a UE importou em 2013 é proveniente da Rússia, ou seja, 1,1 milhão de barris. As novas sanções cobrem as mesmas áreas que as decididas em julho: restrição do acesso aos mercados financeiros, proibição de comercializar armamento, restrição de comércio das tecnologias de uso duplo - civil e militar -, restrição ao acesso de tecnologia para a exploração de petróleo não convencional (shale oil, extração em águas profundas, exploração no Ártico).
A nova rodada de sanções também acrescenta mais pessoas à lista de sancionados com proibição de visto à UE e congelamento de eventuais bens no território de algum país membro do bloco.